Mais de 5 mil quelônios são soltos em comunidades às margens da BR-319

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Mais de 5 mil quelônios foram soltos em fevereiro em 4 comunidades situadas às margens da BR-319, mais precisamente nas regiões do rios Igapó-açu, Mamori e Tupana, com acompanhamento de servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) juntamente com o projeto Pé-de-pincha.

A ação faz parte do Programa Quelônios da Amazônia (PQA), realizado no Amazonas desde 2011. A soltura dos quelônios é um evento para as comunidades e simboliza o sucesso da integração dos comunitários para fazer acontecer a perpetuação da espécie daquela região.

O processo exige comprometimento, cuidado, amor e dedicação, pois atividades são divididas entre os comunitários voluntários: coleta dos ovos, transferência dos ninhos para próximo dos responsáveis pelo monitoramento, eclosão e soltura dos filhotes, dessa forma, a união na comunidade é imprescindível.

Soltura

Entre desafios e perseverança, o rio Tupana celebrou a 1ª soltura de quelônios esta semana. A felicidade foi coletiva e é contagiante ver a vontade de superação dos comunitários locais.

O Pé-de-pincha completa 25 anos em 2024, e seu trabalho contribui para a conscientização da importância da biodiversidade e do respeito ao meio ambiente, sendo um dos maiores programas de voluntariado e conservação de quelônios do mundo, relata o professor Paulo Andrade, pesquisador da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), responsável pelo projeto.

PQA

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As tartarugas da Amazônia sempre fizeram parte dos costumes das tribos indígenas habitantes da região amazônica e, desde os primórdios da ocupação e colonização promovida pelos portugueses, a partir do século 17, o homem branco exerceu uma excessiva exploração dos estoques naturais das espécies de quelônios, principalmente da tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa).

O passado irracional de destruição desmedida, e os cenários preocupantes quanto à possível extinção da espécie, incentivaram o governo federal a instituir no ano de 1979 o Projeto Quelônios da Amazônia (PQA).

Nesse intervalo de tempo, o PQA manejou cerca de 70 milhões de filhotes de quelônios, principalmente das espécies Podocnemis expansaPodocnemis unifilis e Podocnemis sextuberculata.

Os resultados desse processo permitem que o Brasil seja reconhecido como o único país da América do Sul ainda a possuir estoques significativos de quelônios passíveis de recuperação e viáveis para programas de uso sustentável.

Resultados

Parte desses resultados deve ser creditada às comunidades que se associaram às iniciativas de proteção e manejo, por acreditarem na importância que esses animais representam no seu dia a dia.

O PQA, atualmente denominado Programa Quelônios da Amazônia, foi reinstitucionalizado ao Ibama. O PQA tem sido um instrumento de política de conservação da biodiversidade do governo federal, que tem como premissa básica a conservação das espécies de quelônios da Amazônia em seus ambientes naturais de forma sustentável, na perspectiva de fixação do homem no campo, na geração de emprego e renda, e na melhoria do bem estar sócio-econômico-ambiental das comunidades inseridas nas bacias dos rios Amazonas e Araguaia/Tocantins.

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