Apesar da grande movimentação no Centro da capital amazonense, os comerciantes têm tido um grande prejuízo nas vendas. As ruas da área central foram as primeiras alagar com a cheia do rio. Os primeiros a sentir o impacto foram os comerciantes e lojistas da rua dos Barés e da Feira da Manaus Moderna. Para identificar o prejuízo, a Câmara de Dirigentes Lojista de Manaus (CDLM) realizou um levantamento das lojas atingidas pela cheia histórica do rio Negro e constatou que mais de 260 lojas foram diretamente afetadas pela enchente.
O nível do rio Negro alcançou 30 metros neste sábado, 5, ultrapassando em 3 centímetros a cota recorde registrada no ano de 2012. Mais de 4 mil pessoas já foram afetadas pela enchente na capital amazonense.
De acordo com a CDLM, mais de 260 lojas estão sendo afetadas de alguma maneira pela enchente. Quarenta e três tiveram que suspender o seu funcionamento, a maioria delas ficavam na feira da Manaus Moderna. Setenta estão funcionando normalmente, mas tiveram que construir pontes e muros de contenção. A enchente já atinge as ruas próximas de 159 lojas.
O movimento dos visitantes é intenso, o sol não afasta os curiosos, porém esse grande fluxo pessoas não está sendo revertido em vendas para os comerciantes.
“O pessoal que está vindo para o Centro somente para bater foto e para registrar a cheia que já bateu o recorde. As vendas tiveram uma queda, o corredor onde os carros pararam para vir até a loja, não podem mais por conta da enchente”, disse o vendedor José Alencar da Silva, 22 anos.
Para Jordana Ribeiro, 52 anos, vendedora há mais de 30 anos no Centro, a cheia só trouxe prejuízos. “O pessoal só vem tirar foto aqui no Centro. Com a cheia, eu tive que mudar de local por conta da enchente, meus clientes não conseguem mais me encontrar. Estamos sendo muito prejudicado, estamos esperando as vendas melhorar para poder pagar as dívidas”, lamentou.
Mesmo com a chegada do Dia dos Namorados, as vendas não aumentaram. De acordo com a pesquisa da CDLM, mais de 29% dos entrevistados pretendem comprar os presentes nos shoppings centers, apenas 18% pretendem realizar suas compras no comércio central de Manaus.
Por Ana Kelly Franco/PNN
