Inflação é sentida de forma mais elevada em famílias de baixa renda, diz economista

Julia Braga avaliou o recuo do IPCA referente ao mês de julho

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Pela primeira vez em mais de dois anos, o Brasil registrou deflação, com recuo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente a julho, em 0,68%. Em entrevista neste sábado (13), a professora da Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF) Julia Braga explicou que as famílias de baixa renda são as que mais sentem a inflação.

“A inflação e sentida de forma mais elevada nas famílias de baixa renda, porque uma parte maior do seu orçamento é destinado a itens básicos, como a moradia, os alimentos e a energia elétrica. Então a energia elétrica deu um alívio, mas os alimentos ainda têm uma pressão inflacionária muito forte”, disse.

Segundo a especialista, a redução no IPCA de julho “é, basicamente, advinda da desoneração tributária que ocorreu tanto na gasolina quanto na energia elétrica”.

O índice traz uma média ponderada de diversos preços de itens que representam uma cesta de bens de consumo. Juntos, a energia elétrica e a gasolina correspondem a 10% do peso total do IPCA. “Qualquer variação no preço da gasolina e da energia elétrica tem um impacto muito elevado nesse índice”, explicou Braga.

Em relação aos próximos meses, a especialista afirmou que a expectativa é de que o mês de agosto também traga deflação, mas os meses subsequentes voltem a registrar inflação.

“Fenômeno inflacionário que o Brasil está vivendo, em particular, e que o mundo está vivendo em geral é um fenômeno relacionado a custos. Não é uma inflação de demanda”, afirmou.

Por Ludmila Candal, Renata Souza, da CNN

e Isabella Galvãoda CNN em São Paulo

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