Healthcare Innovation Show – HIS 2023 dobra o número de visitantes e se consolida como um dos principais eventos da área da saúde

Foto: Divulgação

Healthcare Innovation Show (HIS) 2023, evento que ocorre no São Paulo Expo, na capital paulista, terminou ontem (21), depois de dois dias muitos debates, trocas de informações e interação, tanto nos palcos quanto na área de exposição. O evento teve a participação de 180 empresas e mais de 3 mil visitantes, o dobro do público da edição anterior. A programação contou com mais de 200 palestrantes, apresentando casos reais de transformações tecnológicas e debates sobre a necessidade de comunicação, colaboração e integração no setor. Distribuídos em cinco palcos, executivos das principais corporações do setor como Hospital 9 de julho, BP – Beneficiência Portuguesa de São Paulo, Hospital das Clínicas, Dasa, Grupo Fleury, Hospital Vera Cruz, Mater Dei de Saúde, além de startups e empresas de tecnologia como Totvs, Microsoft e Intersystems, entre outras, trouxeram informações, dados e case sobre as experiências de transformação digital na área da saúde.

Uma das grandes novidades dessa edição do HIS foi o palco Demonstração de Soluções. Nesse espaço, os visitantes puderam conhecer de uma forma direta e rápida as ideias baseadas nas novas tecnologias para o aperfeiçoamento do trabalho das empresas que integram o ecossistema da saúde. As soluções foram agrupadas em 9 categorias: Segurança e privacidade de dados; Telessaúde; Plataformas de inteligência hospitalar; Dispositivos médicos e equipamentos; Produtos e serviços em saúde digital; Análise de dados e inteligência artificial; Infraestrutura digital; Interoperabilidade e Consultoria de serviços.

O segundo dia do HIS teve como destaque a palestra de Silvio Meira, fundador e cientista-chefe da TDS Company, professor extraordinário da Cesar School e professor emérito do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco. Silvio também faz parte de comitês consultivos e de inovação de várias companhias, trabalhando com transformação digital, estratégia, engenharia de software, inovação, novos negócios e educação.

Em sua apresentação “Plataformas, ecossistemas e inovação em saúde”, Meira destacou que cada vez mais estamos vivendo a era “Figital”, uma fusão entre o mundo físico, digital e social, o que tem mudado a forma como estamos vivendo em sociedade. As trocas e interações repetitivas e programáveis são agora realizadas por agentes em rede sobre plataformas. Silvio Meira destaca que plataformas são sistemas programáveis de suporte a comunidades e aplicações, adaptáveis a inúmeras necessidades e nichos. Ele elucidou a diferença entre plataforma e ecossistema: enquanto a plataforma trabalha com interfaces, governança, infraestrutura e serviços, um ecossistema é um ambiente mais abrangente que envolve interações, significados, conexões, relacionamentos, comunidades, indivíduos, organizações, coletivos e muito mais.

Fazendo um recorte para área de saúde, ele destaca que há uma mudança de um serviço reativo para um serviço proativo, o conceito deve se basear em não adoecer, ao invés de tentar ficar saudável depois de uma doença. Dentro do conceito Figital, Meira destaca que muitas serão as vantagens para a área de saúde, entre elas: a possibilidade de integração de dados com uma visão holística da saúde dos pacientes; ecossistemas de plataformas que devem levar a uma internet da saúde;  democratização do desenvolvimento de soluções para saúde; saúde baseada em valor e habilitada por plataformas; potencialização da saúde comunitária; plataformas que articulam as inteligências individual, social e artificial; responsabilidade e transparência aumentadas. Finalizando sua fala, o professor destaca que as mudanças tecnológicas são exponenciais, impactam todos os setores da sociedade, inclusive a saúde, e estão em constante movimento.

Outro destaque do dia aconteceu no palco CIO, com o painel “Reais Possibilidades do RNDS e Competências do Open Health no Compartilhamento de Dados em Saúde”, que reuniu Teresa Sacchetta, Diretora da InterSystems; Leandro Pupe Nobrega, Gerente da Chicago Advisory Partners; Lincoln de Assis Moura Jr, Presidente da B&L Digital Health; e Guilherme Hummel Hummel, Diretor da EMI. Os painelistas debateram entre vários temas de interesse da área, o compartilhamento de dados como solução para reduzir desperdícios no sistema de saúde, otimizar os processos e melhorar a eficiência no atendimento, além de salvar vidas e evitar desperdícios com a duplicidade de exames e tratamentos.

Os painelistas fizeram uma comparação entre o open health e o open finance e destacaram a maior complexidade no compartilhamento de dados no setor de saúde, devido à diversidade de informações envolvendo imagens, textos, diagnósticos, prescrições, enquanto o setor financeiro lida essencialmente com números e transações. Essa complexidade torna o compartilhamento de dados na saúde mais exigente, o que requer maior cuidado na garantia da privacidade e da integridade das informações. No entanto, concluíram que cada vez mais a tecnologia desempenha um papel fundamental na transformação do setor de saúde e na oferta de cuidados mais eficazes e eficientes.

No palco CEO, o Diretor Geral do Hospital 9 de julho, Bruno Pinto, apresentou o tema “Gestão de hospitais baseada em dados: mais governança, eficiência e desfecho clínico”, onde destacou que a leitura correta dos dados e as perguntas certas ao sistema são fundamentais para obtenção de resultados eficientes.  Para atingir esse objetivo, o Hospital 9 de julho criou um comitê com representantes das diversas áreas para gerar uma rotina de dados mais abrangente. Bruno destacou que a gestão de sistemas complexos de dados deve ser feita com responsabilidade, confiança e autonomia e sem concentração ou personalização. Essa filosofia tem sido importante para gestão do hospital e tem trazido resultados financeiros relevantes. Além disso, a análise dos dados de desfecho, tem proporcionado uma avaliação mais eficiente das equipes médicas, o que levou a um resultado mais assertivo para reconhecer os profissionais mais comprometidos e, dessa forma, criar incentivos e remunerações justas.

O painel “Uso de IA para diagnóstico de doenças subnotificadas|Arritmias” reuniu Bruno Pinto, Diretor Geral do Hospital 9 de Julho; Victor Gadelha, Head de Inovação na Dasa; Rafael Gris, Diretor da Unidade de Negócios Cardiovascular & Specialty Solutions da Johnson & Johnson, e Silvia Simões, Gerente de Comunicação da Johnson & Johnson MedTech, para debater a importância do diagnóstico precoce de uma doença que costuma ser silenciosa e acomete mais de 175 milhões de pessoas no mundo.

Os painelistas falaram sobre a parceria das empresas e como uma ação dessa magnitude impacta a vida dos pacientes, e traz benefícios para toda cadeia de negócios, uma vez que evita atendimentos recorrentes e mais complexos, decorrentes do agravamento da doença. Todos foram unânimes em destacar a relevância da inovação aberta para resultados mais ágeis.

“Acreditamos no poder transformador das plataformas, capazes de agregar informações, serviços, além de contribuir na jornada do paciente, gerar dados mais precisos e possibilitar um uso mais inteligente dos recursos. Os cases de sucesso apresentados durante os dois dias do HIS mostraram como a tecnologia é um meio para promover a inovação e viabilizar transformações significativas”, complementa Eduardo Barros, diretor de Negócios da divisão de Healthcare da Informa Markets, que comemora o resultado de público e já planeja a próxima edição.

DFREIRE Comunicação e Negócios

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