Frei José dos Inocentes está entre os heróis da história do Amazonas

Arte: Divulgação

José Batista Mardel, nascido no Pará na segunda metade do Século XVIII, é um dos grandes heróis da história do Amazonas.

Foi soldado, estudou para ser padre, plano que deixou ao apaixonar-se e casar-se com a jovem Maria Carmelita, com quem teve um casal de filhos. Uma tragédia pessoal, a morte decorrente de parto de sua esposa, fê-lo voltar ao convento dos Carmelitas onde, ao ser consagrado, adotou o nome de frei José dos Santos Inocentes.

Arrasado, frei José partiu para os confins da Amazônia, talvez procurando fuga e consolação para o seu próprio martírio na realização da grandiosa obra de Deus. Sua primeira parada foi como capelão do Forte de São Joaquim, no Rio Branco. Depois veio para o Lugar da Barra, atual cidade de Manaus, onde exerceu a função de Vigário Geral.

Aqui foi a principal liderança do movimento de 1832, que pregava a autonomia do Rio Negro em relação ao Grão-Pará. Historicamente aquela sucessão de eventos ficou conhecida como a “Revolta Autonomista de Lages”.

O fato é que, embora por pouco tempo, foi proclamada e instalada a Província do Rio Negro, a qual precisava, no entanto, para vingar, da aprovação do governo Imperial. Dado ao seu caráter intrépido, eloquência e espírito diplomático, frei José foi escalado para ir à Corte defender os interesses da revolução.

Evitou o caminho de Belém, mas foi interceptado no Mato Grosso e forçado a voltar para o Lugar da Barra e, daí, para uma espécie de degredo, pena branda pela sua participação no levante, condenado  a pregar no Alto Rio Negro e no Rio Branco.

No que hoje é Roraima, já idoso e doente, frei José utilizou seus dons diplomáticos para barrar a invasão inglesa na região do Rio Pirara, atuando em nome do Império do Brasil, o que lhe valeu o reconhecimento do presidente do Grão-Pará, em carta ao ministro Sepetiba, dizendo que seus sentimentos religiosos e patrióticos o tornaram ferrenho vigilante na defesa de seu país.

Frei José dos Santos Inocentes morreu em Manaus em 1852, não sem antes ver o seu sonho realizado na forma da Lei 582, de 5 de setembro de 1850, proposta pelo deputado João Baptista de Figueiredo Tenreiro Aranha, a qual finalmente elevava a então Comarca do Alto Amazonas à categoria de Província.

Na atualidade, a Rua Frei José dos Inocentes localizada no Centro Histórico de Manaus – recentemente tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – preserva viva a memória deste grande herói amazônida.

Foto: Divulgação

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