Eneva e Petrobrás encerram negociação pela compra de Urucu, no Amazonas

Compra dos campos de gás e óleo leve na Bacia dos Solimões foi encerrada sem penalidades

UPGN do Polo Industrial de Urucu da Petrobrás, na Bacia do Solimões (AM) - Foto: Divulgação | Petrobras

A Eneva decidiu encerrar as negociações pela compra dos campos de Urucu, um polo de produção de petróleo leve e gás natural da Petrobras, na Bacia do Solimões, no Amazonas.

“Apesar dos esforços envidados pelas partes durante esse processo, ao longo da negociação, não foi possível convergir para um acordo. Com isso, as partes optaram por encerrar as negociações em curso, sem penalidades para nenhuma delas”, informou a companhia nesta sexta (28/1).

No início de 2021, a Eneva venceu a disputa por Urucu, superando a 3R Petroleum, que havia ofertado inicialmente cerca de US$ 1 bilhão pela concessão. A oferta foi de cerca de US$ 600 milhões.

Durante a licitação, contudo, a 3R Petroleum retirou a proposta, reduzindo a oferta e a Petrobras deu sequência às negociações com a Eneva.

Os valores ofertados na fase de negociações exclusivas não foram publicados.

Urucu é uma das principais províncias de produção de óleo e gás em terra, no Brasil. Isolada da rede de gasodutos de transporte, o polo industrial é conectado à Manaus e responsável pelo suprimento de gás natural da região, incluindo usinas termoelétricas.

“Diante da evolução do volume de reservas e recursos contingentes sob concessão da Eneva na região amazônica, a companhia fortaleceu ainda mais seu time dedicado a estudar alternativas logísticas para a ampliação da capacidade de escoamento do gás produzido, priorizando a monetização dos volumes já conhecidos e sob sua concessão”, explicou a Eneva, em comunicado ao mercado.

A companhia encerrou 2021 com 7,1 bilhões de m³ em reservas provadas e prováveis (2P), além de 24,3 bilhões de m³ em recursos contingentes (P50) de gás natural nas bacias do Solimões e do Amazonas.

Ela é a operadora do campo de Azulão, que iniciou produção ano passado na Bacia do Amazonas e vai suprir a termoelétrica Jaguatirica II, também da Eneva, construída para atender ao sistema isolado de Boa Vista, em Roraima (RO).

A Eneva também opera o Juruá, adquirido em leilão da ANP e que está a cerca de 100km de Urucu. É um campo de gás natural que não foi desenvolvido pela Petrobras e acabou devolvido para União e relicitado.

“A Petrobras reforça o seu compromisso com a ampla transparência de seus projetos de desinvestimento e de gestão de seu portfólio e afirma seu foco em ativos em águas profundas e ultraprofundas”, disse a empresa, em nota.

Segue a Nota de Esclarecimento da Eneva:

FATO RELEVANTE

Eneva encerra negociações para aquisição do Pólo Urucu

Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 2022 – ENEVA S.A. (“ENEVA” ou “Companhia”) (B3: ENEV3), em atendimento ao disposto no artigo 157, parágrafo 4º da Lei nº 6.404/76, conforme alterada, e às disposições da Resolução CVM nº 44, de 23 de agosto de 2021, informa aos seus acionistas e ao mercado em geral que encerrou sem êxito as negociações para aquisição do Pólo Urucu junto à Petróleo Brasileiro S.A. (“Petrobras”), que haviam se iniciado em fevereiro de 2021, conforme Fato Relevante divulgado em 01 de fevereiro de 2021.

Apesar dos esforços envidados pelas partes durante esse processo, ao longo da negociação, não foi possível convergir para um acordo. Com isso, as partes optaram por encerrar as negociações em curso, sem penalidades para nenhuma das partes.

A Eneva iniciou sua atuação na região amazônica com a aquisição do campo de Azulão, na Bacia do Amazonas, em 2018. Em 31 de dezembro de 2018, as reservas (2P) de gás natural do campo de Azulão eram de 3,6 bilhões de metros cúbicos (bcm), conforme Fato Relevante divulgado em 9 de janeiro de 2019. Desde então, a Companhia ampliou sua área sob concessão na região, com a aquisição de 3 blocos exploratórios na Bacia do Amazonas e da área de Juruá, na Bacia do Solimões. Em 31 de dezembro de 2021, conforme Fato Relevante divulgado em 27 de janeiro de 2022, as áreas sob concessão da Eneva nas bacias do Amazonas e Solimões possuíam, em conjunto, 7,1 bcm em reservas (2P) e 24,3 bcm em recursos contingentes (P50) de gás natural.

Diante da evolução do volume de reservas e recursos contingentes sob concessão da Eneva na região amazônica, a Companhia fortaleceu ainda mais seu time dedicado a estudar alternativas logísticas para ampliação da capacidade de escoamento do gás produzido, priorizando a monetização dos volumes já conhecidos e sob sua concessão, seja por meio da destinação do gás para novas usinas termelétricas, seja por meio do desenvolvimento de rotas de comercialização.

A Eneva continuará envidando esforços para ampliar sua atuação na região norte do País, buscando novas oportunidades de negócios em que possa alavancar as suas competências e alocar capital da forma mais eficiente.

Marcelo Habibe
Diretor Financeiro e de Relações com Investidores
ENEVA S.A.

Por epbr

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