Emoção com a alta médica dos irmãos de Manicoré que estavam perdidos na floresta

A assistência por diversos profissionais foi essencial para a rápida recuperação e das crianças, após 20 dias de internação

Foto: Rodrigo Santos | SES-AM

A história de superação dos irmãos Gleiçon e Glauco Carvalho Ferreira, de 9 e 7 anos, respectivamente, que ficaram 27 dias perdidos na floresta em Manicoré (a 332 quilômetros de Manaus), sensibilizou a equipe do Hospital e Pronto-Socorro da Criança Zona Oeste (HPSC-ZO), unidade da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM). Servidores se emocionaram com a alta das crianças, na quarta-feira (06/04), e destacaram a evolução dos irmãos que deram entrada na unidade apresentando quadro grave de desnutrição, desidratação e com escoriações na pele.

A gerente de enfermagem do HPSC-ZO, Adriana Maia, ressalta que o acompanhamento multiprofissional na unidade foi essencial para a rápida recuperação e alta dos irmãos, após 20 dias de internação.

“Eles tinham acompanhamento diário da pediatra que solicitava os pareceres dos especialistas, equipe de nefrologia, fisioterapia e psicologia. No início da internação, eles receberam a visita da nutróloga, especialista em pediatria, tiveram toda a recomendação de ser inserida a dieta para que tivessem a reeducação e a reabilitação alimentar depois de todo esse tempo sem se alimentar na floresta, e daí foi tomada toda a linha de cuidado que seria tida com eles”, destacou a gerente.

Nuzia Sombra foi uma das enfermeiras que acompanhou os irmãos, desde a entrada no hospital, e relatou a experiência em cuidar das crianças. “A evolução deles foi muito boa. Do dia em que eles chegaram até a alta é possível ver uma diferença muito grande. Nós só podemos ter gratidão por poder ter dado toda essa assistência, da melhor forma que o hospital pode. Graças a Deus estão bem, têm muita história para contar e a gente nunca mais vai esquecer deles aqui. Eles marcaram o hospital, dois fofinhos, dois heróis”, contou.

O enfermeiro André Gama ressaltou o cuidado redobrado na assistência às crianças para reverter o quadro de desnutrição. “Acompanhá-los foi praticamente uma honra, visto que são guerreiros. Nossa preocupação com ele (Glauco) era redobrada e os cuidados foram intensos, mas graças a Deus a gente conseguiu reverter. Vão para casa bem melhores mesmo e foi uma honra cuidar e passear com eles pelos corredores”, disse.

Saúde mental

Além dos cuidados para reabilitação e recuperação física, os irmãos receberam acompanhamento psicológico. O suporte foi disponibilizado também aos pais. A psicóloga Nilma Araújo, que esteve presente com a família desde a chegada na unidade, relatou o desafio de orientar a família após toda a carga emocional oriunda do período em que as crianças estavam desaparecidas.

“Eles chegaram aqui muito assustados e temerosos, estavam sentindo muito medo. A gente percebe que a família, quando chegou aqui, estava bem desestruturada e hoje eles estão emocionalmente estáveis. Estão saindo e a gente vê o quanto esse trabalho da equipe multiprofissional é importante dentro do âmbito hospitalar”, enfatizou a psicóloga.

As crianças devem retornar para a comunidade indígena Palmeira, em Manicoré, onde residem, na próxima terça-feira (12/04). Após deixarem o HPSC-ZO, os dois foram com os pais para a Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), coordenada pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Manaus, que é vinculado ao Ministério da Saúde.

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