O senador Eduardo Braga (MDB/AM) lamentou, nesta quarta-feira (02/06), a volta do Amazonas ao noticiário nacional em virtude da operação deflagrada pela Polícia Federal que tem como um dos alvos o governador Wilson Lima na investigação de desvio de recursos públicos destinados ao combate da Covid-19.
A manifestação ocorreu durante o depoimento da infectologista Luana Araújo, ex-secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, à CPI da Pandemia.
“Mais uma operação envolvendo busca e apreensão na residência do governador, na sede do Governo, com, inclusive, prisões. Lamentavelmente, mais uma vez o Amazonas frequenta o noticiário nacional”, disse Eduardo, que reforçou a importância da atuação da CPI e demais instituições investigadoras. “Esperamos que, com essa comissão e com as ações de comando e controle de diversos órgãos, nós possamos esclarecer tudo isso e ajudar a salvar vidas.”
O parlamentar lastimou também a cheia histórica dos rios registrada no Amazonas, que já impacta a capital Manaus e mais de 50 dos 61 municípios do interior. “É a maior enchente de toda a história em 118 anos de monitoramento. Então, o Amazonas não enfrenta só a pandemia, mas também essa enchente.”
Diante da infectologia e dos demais integrantes do colegiado, Eduardo disse, remotamente, lamentar que cidades brasileiras estejam enfrentando as mesmas dificuldades registradas em Manaus no começo de 2021, quando a crise de oxigênio nas unidades de saúde levou muitos amazonenses doentes de Covid-19 à morte.
Até ontem, 1º de junho, o Amazonas já acumulava 12.996 óbitos em decorrência da enfermidade, nove deles confirmados nas últimas 24 horas, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM).
Medidas necessárias
Ao recordar que já foi acometido pela Covid-19, o senador pediu à especialista que reforçasse publicamente as medidas necessárias para evitar a propagação do coronavírus, muitas vezes subestimadas e combatidas pelos negacionistas. “Eles estimulam a aglomeração, o não uso da máscara e da vacinação. Como podemos salvar vidas? Muitos brasileiros não estão convencidos da importância da vacinação. A senhora tem hoje uma oportunidade de conclamar a população”, disse Eduardo.
Segundo Luana, existe uma falta de compreensão sobre o mecanismo de contágio do coronavírus e como evitá-lo. Em seguida, ela explicou: “É um vírus de transmissão respiratória. Ou seja, ele passa para o ambiente e para outras pessoas próximas através da respiração e das gotículas que saem todas as vezes em que falamos”.
A médica prosseguiu: “Quando se coloca uma barreira, que é a máscara, para impedir que esse vírus alcance o ambiente, é algo positivo. Se a outra pessoa que divide o mesmo ambiente também usa a máscara, há uma dupla proteção. Impeço o vírus de sair de mim e entrar numa outra pessoa. Existe uma razão clara, óbvia e técnica pela qual falamos da máscara e do distanciamento, assim como da higienização das mãos”.
A infectologista defendeu a abordagem precoce, já que não existe o termo tratamento precoce da Covid-19. “O paciente com suspeita de Covid-19 precisa ser abordado precocemente. Ou seja, é o acesso imediato ao diagnóstico, assim como às informações sobre o uso de máscara, o distanciamento e a evolução da doença. Ele precisa ser monitorado para que seja averiguada a queda da saturação dos níveis de oxigênio no sangue, que geralmente ocorre sem ele perceber”, disse.
Assessoria de imprensa