O dólar comercial encerrou a sessão desta segunda-feira (30) em alta de 0,66%, cotado a R$ 5,047.
Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou a sessão em queda de 0,68%, aos 112.531,52 pontos.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.
O que aconteceu
- Mercado se preocupa com gastos do governo. O Ibovespa perdeu fôlego após subir mais cedo, uma vez que preocupações com o quadro fiscal brasileiro voltavam a minar o sentimento de agentes financeiros, enquanto o declínio das ações da Petrobras também pesava.
- Os investidores locais digeriam declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após reunião com o presidente Lula (PT).
- O mercado também monitora a valorização dos rendimentos dos Treasuries e mudanças nas projeções para Selic e IPCA 2024 no boletim Focus. O documento do Banco Central mostrou elevação da projeção mediana do mercado para a taxa Selic terminal no atual ciclo de flexibilização, de 9,00% para 9,25% ao fim de 2024 e das expectativas para IPCA de 2024, de 3,87% para 3,90%, o que deixa a inflação mais acima do centro da meta do ano que vem, de 3,00%.
- Em semana mais curta pelo feriado de Finados, na quinta-feira, os investidores aguardam decisões de juros nos EUA e Brasil, na quarta-feira (1º) e Inglaterra, na quinta-feira (2).
- Para o Fed (Federal Reserve, o banco central americano), a expectativa é de manutenção de juros na faixa de 5,25% a 5,50%, e para o Comitê de Política Monetária, novo corte de 0,50 ponto porcentual da taxa Selic, para 12,25% ao ano.
Haddad defende Lula, mas mantém discurso de déficit zero
- Lula apontou problemas, diz Haddad. O ministro da Fazenda disse nesta segunda-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao afirmar na semana passada que a meta fiscal zero de 2024 dificilmente será alcançada, não está “sabotando o país”, mas constatando problemas que precisam ser “reformados e saneados”.
- Haddad diz que vai buscar equilíbrio entre gastos e receitas. Sem responder diretamente sobre a mudança da meta, ele disse que o compromisso é “buscar o equilíbrio fiscal”, mas que “precisa de apoio político para isso”. Haddad se reuniu com Lula por cerca de duas horas nesta manhã no Palácio do Planalto.
- As explicações do ministro não convenceram o mercado. Até porque ele não respondeu a repetidas perguntas sobre a manutenção da meta de déficit zero para 2024.
- Para Fernando Haddad, o patamar alto dos juros e a manutenção de gastos tributários exagerados nos últimos anos são as causas da erosão da base fiscal.
- “A leitura do mercado é que a falta de um comprometimento maior por parte do governo com o déficit zero em 2024, via contingenciamento de gastos, pressionará ainda mais por arrecadação”, disse o sócio e gestor de ações da Ace Capital Tiago Cunha.
- “A indicação de que o equilíbrio se dará através do aumento da carga tributária, pelo fim de alguns programas de incentivo fiscal, reduz a previsibilidade sobre o ‘timing’ da aprovação das medidas e o impacto direto nos setores que terão aumento na tributação”, acrescentou ele.