O dólar comercial subiu novamente após encerrar a última semana em queda. Hoje, a moeda saltou 1,96% e fechou cotada a R$ 5,371. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), tombou 2,07% e encerrou aos 98.212,46 pontos —na quinta-feira (7), ele havia retornado ao patamar dos 100 mil pontos.
A valorização do dólar se deve, principalmente, a fatores externos e a renovação do medo generalizado de uma nova recessão global, o que faz investidores procurarem por segurança, como a moeda norte-americana. O real é considerado um investimento de risco.
A perspectiva de recessão reapareceu após a China, segunda maior economia do mundo, ter anunciado mais lockdowns para conter o avanço da covid-19 no país. “Novos lockdowns tiram otimismo com retomada econômica do país (China)”, disse em postagem Jerson Zanlorenzi Jr., responsável pela mesa de ações e derivativos do BTG Pactual.
Além disso, a insegurança na Europa ofuscava ainda mais as esperanças da retomada global da economia, já que a ameaça de uma crise energética cresce no continente. O Nord Stream I, maior gasoduto que transporta gás russo para a Alemanha, iniciou sua manutenção anual hoje. Os fluxos devem parar por dez dias, mas os mercados temem que o fechamento seja estendido devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Em meio às preocupações sobre o crescimento econômico, investidores devem ficar atentos a dados de inflação norte-americanos com divulgação agendada para quarta-feira, comentou Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos.
Na frente fiscal, o foco seguiu na tramitação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Auxílios no Congresso. A medida tem mantido investidores domésticos nervosos, já que prevê despesas fora do teto de gastos e pode ter efeito inflacionário de longo prazo.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Perda da Gol e mercado nos EUA
Na Bolsa, a empresa aérea Gol (GOLL4) configurou a maior baixa de hoje. No horário do fim do pregão, ela havia perdido 11,56% e valia R$ 7,50. Ações da Meliuz (CASH3), com – 8%, e da Azul (AZUL4), com – 7,79%, também estavam entre os piores desempenhos do dia.
A desvalorização na B3 acompanhou a queda das Bolsas nos Estados Unidos e perdas de commodities, como petróleo e minério de ferro, com preocupações de recessão vindo à tona novamente.
A equipe da Mirae Asset destaca agenda “carregada” de indicadores no exterior nesta semana, com dados de inflação nos Estados Unidos e números de atividade econômica na China a serem divulgados.
Bancos norte-americanos, incluindo JPMorgan, Citigroup e Morgan Stanley, também divulgam resultados corporativos nesta semana.
Fonte: https://economia.uol.com.br/cotacoes/noticias/redacao/2022/07/11/fechamento-dolar-bolsa-11-julho.htm
