Dia de São João: brincantes relembram grandes momentos das festas juninas em Manaus

As festas juninas foram adiadas pelo segundo ano consecutivo devido aos impactos causados pela pandemia da Covid-19

Anika Sena é uma exímia apaixonada pela cultura popular – Foto: Arquivo pessoal

Festejo do povo, com o povo, para todos, viva São João! É dessa forma que pode resumir o santo que simboliza as fogueiras nas festas juninas, celebrado nesta quinta-feira (24) em diversas cidades brasileiras.

As festas juninas fazem parte do calendário oficial de eventos folclóricos no país, principalmente no Amazonas, que costuma preservar as tradições da religião católica. Fogueiras, comidas típicas e apresentações de quadrilhas cômicas e tradicionais não podem faltar nas festividades.

Entretanto, devido a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), as festividades foram adiadas pelo segundo ano consecutivo. Mais uma vez, o manauara não vai poder desfrutar dos mais belos e animados arraiais de Manaus.

Pensando nisso, o Portal Tucumã entrevistou amantes de festas juninas para falarem sobre a falta dos eventos juninos em tempos de pandemia. A estudante Kethllen Luana Cordovil, 25, conta que a paixão pelas festas de São João quando era criança, pela influência dos familiares.

Kethllen Almeida (centro) participou do último Festival Folclórico do Amazonas – Foto: Arquivo pessoal

Há 13 anos ela participa de quadrilhas juninas e sempre fez questão de acompanhar os familiares nos arraiais juninos.

“A minha família toda já participava de quadrilhas juninas. Então, comecei a gostar por causa deles. Desde pequena estou participando dessa manifestação cultural. Para mim sempre foi um prazer dançar quadrilhas juninas”, disse.

Kethllen se mostrou otimista e espera voltar com os festejos juninos em 2022 com o avanço da vacinação contra a Covid-19.

“Para quem é apaixonado pelo período, não mostrar sua arte na arena ou nos arraiais, é um vazio imenso. Eu acredito que a gente possa voltar à normalidade em 2022 sim. Também vai depender pela forma que as pessoas vão se comportar daqui para frente”, reitera.

Trabalhos na cultura popular

O coreógrafo Tony Botelho, 46, coleciona diversos trabalhos artísticos na capital amazonense, entre cirandas, quadrilhas juninas e no carnaval de Manaus. Ele contou ao Portal Tucumã que desde jovem trabalha com a cultura popular e escolheu a dança como profissão.

“As festas juninas sempre esteve presente em minha vida, desde criança e adolescente nos tempos de escola. Escolhi a dança e arte educação como profissão, essa época para nós que vivemos dessa de arte é um período bem lucrativo, com as coreografias em grupos folclóricos e principalmente nos arraiais em escolas, além de podermos levar a cultura dos festejos juninos aos quatro cantos da cidade”, falou.

O coreógrafo Tony Botelho é presença constante em diversos festivais – Foto: Arquivo pessoal

Tony Botelho foi acometido pela Covid-19 em janeiro deste ano. O artista ficou internado no Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, na zona Leste de Manaus, mas conseguiu vencer a doença.

Atualmente ele é coreógrafo das quadrilhas Manto Azul, de Manaus, e Franciscanos, de São Sebastião de Uatumã. Ele entende a necessidade do momento atual, mas a saudade das festas juninas tem falado muito alto.

“A sensação no momento é de tristeza. Falo isso porque quando montamos um trabalho necessitamos do calor humano e acolhimento do público, a interatividade entre público e dança é insubstituível. Em 2022, com a maioria das pessoas vacinadas, voltaremos com mais amor e paixão pelas festas juninas”, explana.

Nostalgia

A professora Anik Sena é uma das pessoas apaixonadas pelas festas juninas. Ela é reconhecida por dançar no carnaval e nas cirandas de Manaus, mas é apaixonada pelos arraiais juninos desde criança, com influência da família.

Neste segundo ano sem festas juninas, Anika Sena disse ao Portal Tucumã que a pandemia da Covid-19 trouxe inúmeras lições para toda vida.

“A sensação atual é de esperança, que falta pouco para vencermos, mas sentimos um vazio. Pois, faz parte da nossa cultura e tradição os festejos juninos e as manifestações folclóricas. A pandemia nos trouxe várias lições, dentre elas a fraternidade, é preciso deixar as vaidades um pouco de lado e prezar pela união e ajuda mútua”, conta.

Anika Sena é uma exímia apaixonada pela cultura popular – Foto: Arquivo pessoal

Anika Sena também se mostrou confiante com o retorno das festas juninas, mas ela deixa um aviso importante sobre a economia.

“Se grande parte da população estiver imunizada, dos cuidados que devemos ter devido a essa crise sanitária, possivelmente poderemos voltar aos nossos festejos no próximo ano. Tenho muita fé que ano que vem tudo estará mais controlado, pois infelizmente além da festa em si, muitos setores foram afetados economicamente e o folclore em si contribui de forma atuante na economia de grande parte do país”, conclui.

Por João Paulo Castro/Portal Tucumã

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