Na manhã desta terça-feira (25/05), o deputado Dermilson Chagas (Podemos) apresentou, no Plenário Ruy Araújo, da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), o conteúdo que o jornal “Correio da Manhã” publicou, na sua versão impressão de segunda-feira (24/05), que traz a manchete “Máfia da Saúde do Rio é ligada a Wilson Lima e Helder Barbalho”. A matéria também foi destaque na versão online do veículo, que foi fundado em 1901 e é uma das empresas de comunicação de expressão nacional.
O parlamentar questionou, mais uma vez, a postura da Aleam de não investigar o governador Wilson Lima, apesar da CPI da Covid-19 que está em andamento no Senado e da imprensa nacional apontar diversas irregularidades no Governo do Amazonas com questões relacionadas à pandemia.
“No Rio de Janeiro, a Assembleia fez a sua parte. Na nossa, nós estamos virando as costas para um governador que, cada vez mais, se afunda nas acusações. A CPI do Senado mostra a realidade que esta Casa praticamente não quer ver, em relação aos fatos que divulgados pela imprensa nacional”, criticou Dermilson Chagas.
O deputado reclamou da falta de atitude da Aleam, destacando que os parlamentares têm de dar uma resposta à sociedade, perante tantas denúncias e 15 pedidos de impeachment e do tema que o país inteiro está discutindo, que é o caso das mortes causadas no Amazonas por falta de abastecimento de oxigênio.
“No Rio de Janeiro, tomaram as providências em relação ao Governo. Lá, todos sabem da máfia interligada entre esses três governadores, mas esta Assembleia (Aleam) fecha os olhos para o fato que vem ocorrendo. Saiu esta matéria ontem no Rio e que chama a atenção para esta Casa. Eu compreendo a base do Governo, mas também eu entendo que nós temos de dar uma resposta à sociedade. Não podemos fechar os olhos para o fato que o Brasil vem discutindo diuturnamente, que é a CPI da Pandemia, que vem mostrando a omissão, negligência e a falta de experiência do Governo do Amazonas com relação ao que aconteceu aqui”, desabafou Dermilson Chagas.
Volta às aulas presenciais
O deputado Dermilson Chagas disse que o Governo do Amazonas cometeu um ato de insanidade ao impor aos pais, alunos e professores o retorno às aulas presenciais, sendo que a maioria dos docentes não foi vacinada, que as crianças e adolescentes também não foram imunizados e que podem contrair o vírus e transmitirem para membros das suas famílias.
“A maioria dos professores ainda não recebeu nem a primeira dose da vacina. As crianças e adolescentes idem. O vírus P1 ainda circula no estado e, agora, tem outra mutação tão forte quanto, que é o vírus do Reino Unido, que já foi detectada aqui no Amazonas e nenhuma providência sanitária foi divulgada para a população. E já chegou no Brasil mais uma variante, que é a indiana, e do jeito que não existem barreiras sanitárias no Amazonas, essa variante vai acabar chegando aqui. Além do mais, a rede estadual não tem estrutura, nem física nem de materiais, para cumprir rigorosamente com todos os protocolos estabelecidos pelas organizações internacionais e nacionais de saúde para combater a proliferação do novo coronavírus”, exemplificou Dermilson Chagas.
Cessão de Tempo
Por todas essas razões, o deputado Dermilson Chagas solicitou uma cessão de tempo para que o coordenador geral de Comunicação do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom/Sindical), Lambert Melo, exponha aos deputados a problemática do retorno às aulas e que a categoria planeja deflagrar greve, caso os governos municipal e estadual não voltem atrás na decisão.
“Peço que esta Casa ‘abra a porta’ ao sindicalista, que está preocupado com as vidas dos professores e dos estudantes e também com o rendimento dos alunos no decorrer do processo. Hoje, a Seduc está mais interessada nos contratos, no dinheiro, do que na vida dos professores amazonenses. Este é um fato e uma realidade, que nós temos de alertar o tempo inteiro. Se realmente começar a crescer o número de infectados, como todos nós estamos preocupados, nós vamos partir para uma terceira onda”.
CPI da Pandemia
Dermilson Chagas também criticou a falta de interesse dos deputados da Aleam em aprovar a CPI da Pandemia, proposta por ele e pelos deputados Wilker Barreto (Podemos) e Delegado Péricles (PSL), para investigar diversas irregularidades na gestão Wilson Lima que não foram alvo de análise da CPI da Saúde realizada no ano passado pela Aleam e que apurou várias falhas do Governo do Amazonas na condução das ações do governo referentes ao combate à pandemia e outras situações irregulares, dentre elas a atuação da jornalista Carla Pollake, amiga pessoal de Wilson Lima, que atuava no Governo do Amazonas como se fosse uma servidora.
A CPI da Pandemia tem seu foco em sete situações: contrato de aluguel da Nilton Lins, omissão e negligência administrativa em relação à abertura de novos leitos já insuficientes antes da pandemia, falta de transparência aos órgãos de controle e à sociedade sobre as medidas de enfrentamento e gastos com a pandemia, gastos com publicidade em detrimento dos gastos com a Saúde, uso de recursos para pagamentos de exercícios anteriores em plena crise sanitária, contratos milionários referentes às unidades prisionais em plena pandemia e a crise do oxigênio.
“Foi feita uma parte apenas”, disse, referindo-se à CPI da Saúde. “Nós temos de fazer a outra parte para darmos uma resposta à sociedade. Não podemos fechar as portas para a demanda que existe. Diuturnamente, eu sou cobrado. E a Casa, o quê que faz mesmo?”, questionou.
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