Deputado critica Mesa Diretora da Aleam por fazer convocação de comandante-geral da PM em segredo

Deputado Dermilson Chagas - Foto: Márcio Gleyson

A convocação do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Ayrton Norte, para prestar esclarecimentos sobre o não-pagamento do auxílio-fardamento e das promoções dos policiais da corporação, foi finalmente marcada para a manhã desta quinta-feira (13/05), após várias polêmicas, mas sem que os membros da oposição na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) fossem informados da data e hora da reunião. Além disso, o encontro foi agendado a portas fechadas, na sala do presidente da Aleam, deputado Roberto Cidade.

A informação só foi anunciada no fim do pequeno expediente de hoje, pelo deputado Carlos Bessa, que estava presidindo a sessão ordinária desta quinta-feira. Bessa informou que iria interromper a sessão para que os membros da Casa pudessem subir para a sala da Presidência e conversar com o coronel.

O deputado Dermilson Chagas (Podemos) considerou que a falta de divulgação oficial do dia e horário da reunião e a escolha do local para conversar com o comandante-geral da PM são sinais de manobra interna da base do governo de proteger o Governo do Amazonas e evitar que Ayrton Norte preste os esclarecimentos de forma transparente no plenário da Aleam.

O parlamentar também criticou a escolha do local para a reunião com o comandante-geral da PM devido ao fato de que haveria aglomeração, visto que a sala da Presidência não comportaria adequadamente todos os deputados e o staff da PM que acompanha o coronel Ayrton Norte e que, dessa forma, os protocolos vigentes de combate à proliferação do novo coronavírus seriam desrespeitados.

“O quê que tem para se esconder? Por que que não pode falar para a sociedade? Por que não pode vir para o plenário? Aqui é o local ideal, mas parece que a base do governo está mais interessada em agradar ao Governo do Amazonas do que dar esclarecimentos para a sociedade. Quando se faz uma reunião como essa a portas fechadas parece que quer esconder alguma coisa grave”, comentou Dermilson Chagas.

O deputado informou que se recusou a participar da reunião porque considerou a atitude da Casa um desrespeito. “Considero desrespeitoso fazer essa reunião numa sala fechada, sem que a sociedade tenha acesso. Se tivesse sido no plenário, participaria, com toda a certeza. A população quer esclarecimentos e a Casa tem esse papel de falar para a sociedade e não se esconder. Se é um órgão público, é necessário dar transparência e essa atitude de fazer tudo em segredo mostra falta de transparência, e a corporação vai ficar sem as respostas que quer, porque tudo está sendo tratado a portas fechadas”, criticou.

Entenda o caso

Os deputados Dermilson Chagas (Podemos), Serafim Corrêa (PSB), Delegado Péricles (PSL), Carlinhos Bessa (PV) e Wilker Cidade (Podemos) criticaram duramente a postura do comandante-geral da PM, no dia 28 de abril deste ano , durante a Sessão Ordinária realizada na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

O comandante-geral da Polícia Militar do Amazonas, coronel Ayrton Norte, foi convidado pelo deputado Wilker Barreto por diversas vezes para comparecer à Aleam para prestar esclarecimentos sobre o não pagamento do auxílio-fardamento e das promoções dos policiais militares. Ao invés de atender os pedidos, o titular da PM preferiu enviar ofício em resposta “convidando” os deputados a irem se reunir com ele na sede do Comando-Geral da PM, localizada na rua Benjamin Constant, 2.150, no bairro Petrópolis, zona sul de Manaus.

O deputado Dermilson Chagas disse que é um acinte a forma íntima como o Governo do Amazonas trata a Aleam. “É notório como o Governo trata esta Casa com muita intimidade. E chega até nós de forma graciosa esse tipo de informação, pedindo que a gente vá atrás do comandante, que é quem deve dar esclarecimentos à sociedade. Vejam como eles estão tratando este Poder. É por isso que eu digo que se a Casa não consegue uma resposta do Governo às nossas solicitações, se eles não atendem os nossos pedidos e viram as costas para nós, é melhor fechar a Assembleia, porque o governador e os seus secretários e assessores tratam de forma íntima a Assembleia, que, desta forma, fica sem poder. Mas nós temos de repudiar essa relação porque fere um dos Poderes”.

Os demais deputados mantiveram o tom de repúdio e depois votaram um requerimento convocando a presença do comandante-geral da PM para prestar esclarecimentos. “Ou ele vem à Assembleia, convidado, num gesto de respeito a esta Casa ou iremos até o Comando porque eu não tenho medo de cara feia”, comentou o deputado Wilker Barreto.

“Está havendo uma inversão de valores e de atitudes em relação a esta Casa. O comandante da PM foi convidado da forma mais gentil possível e sequer houve resposta a este convite. Depois, por conta de um requerimento para a convocação do comandante, ele agora vem nos convidar para irmos lá. Eu acredito que isto é uma falta de respeito com esta Casa”, disse o deputado Delegado Péricles.

“Está havendo uma inversão. É o cachorro que balança o rabo e não o rabo que balança o cachorro. Então, o comandante da PM tem que vir a esta Casa dar as explicações. Eu garanto que ele não pode esperar de nós, 24 parlamentares serenos e equilibrados, qualquer tipo de agressão. Ele vai ser muito bem-recebido. Agora querer inverter a situação é um ato de arrogância”, comentou o deputado Serafim Corrêa.

Assessoria de Comunicação / Guilherme Gil (92) 98159-3604 / Valéria Ribeiro (92) 99190-5466

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