Congresso com 300 extrativistas aborda políticas públicas para desenvolver a sociobiodiversidade

Foto: Divulgação

Um evento histórico acontece em Brasília, desde segunda-feira, dia 13 de novembro, e segue até a próxima sexta-feira, dia 17 de novembro, com a participação de aproximadamente 300 extrativistas de diversos Estados da Amazônia. Juntos, eles debaterão os gargalos, soluções e políticas públicas no VI Congresso Nacional das Populações Extrativistas.

O Congresso acontece na Universidade de Brasília (UnB), mesmo local onde há 38 anos o líder acreano, Chico Mendes, reuniu 100 seringueiros para debater a criação das Reservas Extrativistas (Resex) e lançou o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS).

No primeiro dia foi realizado o Seminário Nacional Mulheres e Justiça Climática, com a presença da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, promovendo diálogos e construindo propostas que permitam uma maior participação feminina na Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP 28, em Dubai, entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro.

Na segunda-feira (13), no início da noite, aconteceu a solenidade de abertura do lV Congresso Nacional das Populações Extrativistas, com a participação da Ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, e do presidente Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires. Ambos abordaram os avanços e as novas políticas públicas em benefício das populações extrativistas.

“Recentemente fomos atrás de recursos nos EUA para entrar no orçamento do ano que vem. Esse dinheiro será revertido para as cooperativas terem dinheiro para investir e crescer, e para os extrativistas. Mas, isso só vai ser possível se o movimento estiver organizado. Por isso, esses eventos e ações do CNS são importantes”, comentou a ministra.

O presidente do CNS, Júlio Barbosa, informou que o momento político nacional é favorável à causa da sociobiodiversidade, voltado aos verdadeiros Guardiões da Floresta, que são as pessoas extrativistas. “Então, esse congresso em Brasília tem grande importância para debater problemas sérios que afetam as nossas populações, como as mudanças climáticas que vem afetando toda a humanidade, a regularização dos nossos territórios e sobre o fortalecimento da produção da sociobiodiversidade”.

Um dos momentos importantes do Congresso foi a reunião de alguns Seringueiros que estiveram no primeiro evento, ao lado de Chico Mendes, como o líder extrativista do Acre, Raimundo Mendes, mais conhecido como Raimundão, primo de Chico Mendes, que tem 78 anos.

“O encontro de 1985 foi um grande marco na história dos extrativistas da Amazônia e agora estamos aqui, 38 anos depois. A diferença é que no passado, aproximadamente 90% dos companheiros eram analfabetos. Agora fico feliz e esperançoso, porque vejo uma juventude com muita energia e escolaridade para dar continuidade ao movimento”, declarou Raimundão.

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