Clubes se manifestam contra erros de arbitragem

Atlético-MG e Palmeiras reclamaram de seguidos equívocos em jogos importantes

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Atlético Mineiro e Palmeiras se pronunciaram nesta semana sobre os recentes erros da arbitragem brasileira em jogos decisivos.

Nesta quarta-feira (20), Sérgio Coelho, presidente do Atlético-MG, disse em entrevista coletiva que falhas estão “manchando e impactando a credibilidade do futebol brasileiro” e pediu a saída de Wilson Seneme do comando da comissão de árbitros da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

“É lamentável a forma como o presidente da comissão de arbitragem da CBF tem conduzido sua atuação. Logo, é incompreensível a falta de diálogo com a maioria dos clubes e federações, inclusive o Galo”, disse.

“No nosso entendimento, o comandante da comissão de arbitragem está no local errado, já que o cargo não condiz com sua postura”, complementou.

Ainda assim, Coelho destacou que o diálogo do clube com a diretoria da CBF é “excelente”, e que a comissão de arbitragem parece ser “um ser distinto” dentro a confederação.

Coelho afirmou que a falta de comunicação com o comando da arbitragem é uma “reclamação geral” dos outros clubes, assim como o apontamento das falhas. Mesmo assim, pontuou que não há união entre as equipes para, por exemplo, realizarem um protesto coletivo.

O presidente também destacou que, em sua visão, os critérios utilizados nas partidas são “confusos e díspares”, e que houve piora na atuação dos árbitros neste ano.

“Em relação ao VAR [árbitro de vídeo], há piora, é uma aberração. Há árbitros inseguros e mal preparados, bem como outros inexperientes para jogos da grandeza como o nosso confronto com o São Paulo, ocorrido recentemente”, ressaltou.

“Para também deixar claro, não estou questionando a intencionalidade dos árbitros, não estou insinuando que exista má-fé ou desonestidade em qualquer dos membros da comissão de arbitragem”, pontuou.

“O que estamos rogando, suplicando, é para que se tenha tratamento equânime entre os distintos clubes, para que se adotem os mesmos critérios em todos os jogos, sejam da nossa equipe ou das demais”, explicou o presidente.

Casos recentes e solução

Coelho também citou jogos em que o Atlético teve lances em seu desfavor, como contra o Santos e Goiás, além do confronto contra o São Paulo.

“Ainda nesse jogo, houve uma suposta ameaça do Daronco contra o Hulk. Até o momento ninguém veio a público se manifestar sobre o episódio, nem o árbitro, nem a comissão de arbitragem da CBF. Pior, a despeito da grave suspeita, o árbitro continua a ser escalado em jogos do Brasileirão e da Copa do Brasil”, disse.

Sobre a partida contra o Flamengo pela Copa do Brasil, na qual o Galo foi eliminado após perder o jogo de volta por 2 a 0, o mandatário avaliou que o time mineiro teve uma atuação “horrível”, mas que “isso não justifica o fato de o árbitro confirmar um gol que não é claro”.

Ele afirmou que a solução “tem que vir da CBF para os clubes e não dos clubes para a CBF”, mas que o caminho correto é a profissionalização da arbitragem.

“Não tem nada atrapalhando, basta querer profissionalizar. Inclusive, o custo dessa profissionalização seria dos clubes. Basta tomar atitude. Não queremos aqui fazer pressão, mas um desabafo. Todos os clubes estão reclamando, mesmo que não publicamente”, destacou Coelho.

Palmeiras

Um dia antes da coletiva de Coelho, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, divulgou uma nota à imprensa na qual também fez críticas à arbitragem no Brasil. “Venho a público demonstrar a minha total indignação com o fatídico evento que culminou na desclassificação do Palmeiras da Copa do Brasil. Não é de hoje que o futebol brasileiro vem sofrendo com as mazelas da arbitragem, mas o Palmeiras entende que chegamos ao fim da linha”, escreveu.

“Não resta mais qualquer dúvida de que houve erro de protocolo na arbitragem do jogo contra o São Paulo. Assim como não há qualquer dúvida de que o atleta da equipe adversária estava em posição de impedimento, algo que a tecnologia detecta com extrema facilidade. Em razão desses fatos inequívocos, podemos afirmar que o Palmeiras sofreu prejuízos esportivos e financeiros irreparáveis e de gravidade extrema”, acrescentou.

Leila afirmou que o clube enviou um ofício à CBF “ressaltando a gravidade dos fatos e um novo ofício ao tomar conhecimento do áudio do VAR”.

“Hoje [segunda, dia 19], contudo, fomos surpreendidos com uma desastrada declaração do presidente da Comissão de Arbitragem, sr. Wilson Seneme, de que não seria possível checar o impedimento do atleta do São Paulo, conforme solicitamos, por ter sido a máquina “resetada”. Não há mais medidas jurídicas que o Palmeiras possa tomar. Não houve erro de direito; houve, porém, irreparável e gravíssimo erro de fato”, disse Leila.

Por Vinícius Bernardes e Tiago Tortella da CNN em São Paulo

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.