Maiara, da dupla com Maraisa, revelou recentemente que fez uma ninfoplastia, um procedimento cirúrgico na região íntima para retirada de excesso de pele, após passar por um processo de emagrecimento — a cantora perdeu cerca de 30kg. Com a repercussão da cirurgia feita pela famosa, confira às principais dúvidas sobre o tema:
O que é a ninfoplastia?
“A procura das mulheres por cirurgias íntimas vem aumentando muito nos últimos anos. Dentre todas elas, as que nós chamamos de plástica de pequenos lábios ou redução dos pequenos lábios vaginais [ninfoplastia] é uma das mais procuradas”, pondera Rita Piscopo, ginecologista da Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR).
O objetivo da ninfoplastia, segundo médicos, é remover o excesso de pele dos pequenos lábios vaginais, deixando-os para dentro dos grandes lábios. O procedimento pode ser realizado com laser e/ou com bisturi elétrico de alta frequência.
Para quem ela é indicada?
“No geral, as mulheres que se submetem ao procedimento se sentem incomodadas com o volume dos grandes lábios”, comenta médico
Apesar de não existir um padrão estético normal para a região, pois a anatomia varia consideravelmente entre as mulheres, qualquer situação que cause constrangimento, desconforto, vergonha ou diminuição da autoestima pode ser uma indicação para a cirurgia de ninfoplastia ou labioplastia interna.
“Muitas mulheres sentem desconforto e constrangimento com a sua região íntima, pelo excesso de pele (hipertrofia) dos pequenos lábios. É importante destacar que não existe um padrão normal estético para a região, já que sua anatomia varia muito entre as mulheres. É considerado anormal tudo o que causa constrangimento, desconforto, vergonha ou piora da autoestima”, pontua o ginecologista Igor Padovesi, associado à Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
“No geral, as mulheres que se submetem ao procedimento se sentem incomodadas com o volume dos grandes lábios, que pode ‘marcar’ a roupa íntima ou biquíni, ou em situações como a prática de esportes ou uso de roupas justas. Elas também relatam desconforto e constrangimento na relação sexual, dificuldade para higienizar a região, insatisfação ou vergonha com a aparência da região íntima, além de baixa autoestima e baixa libido”, destaca ele.
Eu preciso ficar internada?
A ninfoplastia é considerada uma cirurgia de baixa complexidade, portanto, apresenta um índice muito baixo de complicações. Antigamente, essa cirurgia era realizada somente em ambiente hospitalar, seguindo um formato tradicional. No entanto, com o progresso das técnicas cirúrgicas, tanto no Brasil quanto no mundo, a ninfoplastia tem sido cada vez mais realizada de forma ambulatorial – ou seja, sem a necessidade de internação.
“O fato de poder ser realizada de forma ambulatorial (sem internação hospitalar) torna o procedimento mais acessível (sem despesas hospitalares ou honorários de anestesista), e também permite que a mulher possa realizar sem contar para ninguém (pois não depende de ter um acompanhante na internação)”, destaca Padovesi.
A médica ginecologista Rita Piscopo endossa a informação: “Essa cirurgia pode ser realizada em um consultório ambulatorial, desde que o médico tenha todos os recursos necessários para a realização da cirurgia e também para uma eventual complicação. No consultório, ela é feita com anestesia local e, no centro cirúrgico, ela é feita com raquianestia ou com sedação, o que para algumas mulheres pode ser mais confortável”.
Como é o preparo? A ninfoplastia dói?
Para a cirurgia, não é necessário nenhum preparo especial. “Recomendamos que a mulher faça a depilação da região alguns dias antes. No dia do procedimento, é necessário vir sem nenhum tipo de metal no corpo (anéis, correntes, brincos etc.). Antes do início do procedimento, é aplicado um gel anestésico potente, que já tira a sensibilidade da região. Com isso, a mulher praticamente nem sente a injeção do anestésico nos lábios, o que torna o procedimento basicamente indolor”, esclarece Igor.
Como é o pós-operatório?
Nos primeiros dias após a cirurgia, podem surgir equimoses (roxos), hematomas ou pequenas deiscências (abertura de pontos), que geralmente se resolvem espontaneamente, sem necessidade de intervenção adicional, de acordo com os médicos. Complicações mais graves são extremamente raras. Assim como em outras cirurgias estéticas, no início, a região operada ficará com inchaço e aspecto “estranho”. O resultado final, segundo os especialistas, é alcançado depois de alguns meses.
“Após dois dias, a paciente está liberada para suas atividades normais, inclusive malhação. A única restrição nos primeiros 20 dias é quanto a relação sexual, praia e piscina”, afirma a cirurgiã-plástica Maiéve Corralo.
Como a região íntima é muito sensível, os primeiros dois dias são os mais incômodos para a mulher: “É comum a sensação de uma certa ardência. Inchaço no local é esperado e pequenas equimoses (roxos) são comuns também nesses primeiros dias. Para amenizar os sintomas, recomendamos o uso de medicamentos e cuidados locais”, acrescenta Igor Padovesi. “A maioria das mulheres faz o procedimento na sexta-feira e retorna ao trabalho na segunda. Quanto aos exercícios físicos, depende do tipo de atividade praticada e não há uma regra absoluta. Recomendamos repouso por cerca de 15 a 20 dias, mas depende da recuperação individual. Exercícios que não causam tanto contato ou atrito direto com a região podem ser iniciados após cerca de 10 dias, se a mulher se sentir bem para tal”.
“Com relação à cicatriz, pelas características anatômicas da região (pele/mucosa), depois da cicatrização completa é praticamente impossível identificar uma mulher que fez o procedimento”, reforça o ginecologista. A fala é apoiada pela cirurgiã-plástica. Na cirurgia, normalmente são utilizados pontos de fio absorvível (que caem sozinhos e não precisam ser retirados depois). “Com isto, praticamente não deixa cicatriz depois de 2 a 3 meses”.
Há perda de sensibilidade?
À medida que a cirurgia íntima se torna cada vez mais popular, surgem dúvidas inclusive com relação ao risco de perda de sensibilidade na região — o que não acontece, já que não se mexe no clitóris. “Não há motivos para se preocupar, muito pelo contrário, as mulheres que se submetem à ninfoplastia têm uma melhora significativa do desejo e interesse pelas relações sexuais pela grande melhora na autoestima”, carimba o médico.
