Mesmo remendado por vários cortes na convocação inicial e sem três dos principais jogadores (o volante Casemiro, o meia Philippe Coutinho e o atacante Neymar), o Brasil manteve os 100% de aproveitamento nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, no Catar. Nesta terça-feira (17), a Seleção atuou bem e derrotou o Uruguai por 2 a 0 no estádio Centenário, na capital Montevidéu.
Líderes do qualificatório sul-americano com quatro vitórias em quatro jogos e 12 pontos acumulados, os brasileiros não perdem para os rivais desta terça desde 2001. Os uruguaios, que sofreram o segundo revés nas eliminatórias, aparecem na quinta posição, com seis pontos. Os quatro primeiros vão direto à Copa do Catar, enquanto o quinto disputa uma repescagem mundial.
O duelo contra a Celeste Olímpica abriu a sequência mais complicada que a equipe comandada por Tite terá pelas eliminatórias. Nas duas próximas rodadas, entre os dias 25 e 30 de março do ano que vem, os rivais serão Colômbia e Argentina. Assim como o Uruguai, tratam-se de seleções que figuram entre as dez primeiras do ranking da Fifa. Primeiro, o Brasil visita os colombianos. Depois, recebe o time do atacante Lionel Messi na Arena de Pernambuco.
É verdade que a primeira chance do jogo foi brasileira, em finalização cruzada do atacante Gabriel Jesus que o goleiro Martin Campaña conseguiu defender, logo aos dois minutos. Mas, os dez minutos iniciais apresentaram um Uruguai bem mais perigoso. Aos quatro minutos, o atacante Darwin Núñez escapou do lateral Danilo e acertou uma bomba no travessão brasileiro. Seis minutos depois, o meia Nahitan Nández cruzou e o centroavante Edinson Cavani, de cabeça, escorou por cima da meta defendida por Ederson.
Em meio a dificuldade brasileira de atacar, apesar da posse de bola bem superior a uruguaia, um nome se destacava: Everton Ribeiro. Coube ao jogador do Flamengo, que ganhou de Tite liberdade para flutuar pelo meio-campo e o ataque, iniciar o lance que desafogou a Seleção. Aos 33 minutos, ele caiu pela direita e lançou Gabriel Jesus, que escorou para o meia Arthur finalizar e contar com um desvio na zaga para enganar Campaña e abrir o marcador.
O lance desarmou o Uruguai e ajudou o Brasil a tomar o controle das ações. Aos 35, o segundo gol só não saiu na sequência porque o atacante Roberto Firmino – lançado por Arthur, cara a cara com o goleiro charrua – bateu muito fraco. Mas, aos 44, não teve jeito. Em jogada ensaiada a partir de um escanteio cobrado curto, o lateral Renan Lodi cruzou e o atacante Richarlison cabeceou para as redes.
Na etapa final, a Celeste tentou se lançar ao ataque, mas parou na boa marcação brasileira. A missão uruguaia ficou mais difícil aos 24 minutos, quando Cavani foi expulso com auxílio do árbitro de vídeo (VAR). O atacante tinha recebido amarelo por falta dura em Richarlison, mas, após o juiz Roberto Tobar rever o lance, o cartão foi trocado pelo vermelho. Os charruas até balançaram as redes aos 30, com o zagueiro Martín Cáceres, após um bate-rebate na área, mas a arbitragem anulou o gol por impedimento.
Nos demais jogos desta terça-feira, destaque à goleada do Equador sobre a Colômbia, por 6 a 1, em Quito. O zagueiro Robert Arboleda, do São Paulo, balançou a rede duas vezes. Em Caracas, a Venezuela ganhou a primeira nas eliminatórias: 2 a 1 sobre o Chile. Já no Paraguai, os donos da casa receberam a Bolívia e ficaram no 2 a 2. O atacante Ángel Romero, ex-Corinthians, fez um dos gols paraguaios. O atacante Marcelo Moreno, do Cruzeiro, marcou o primeiro do time boliviano.
Por Lincoln Chaves – repórter da Rádio Nacional e da TV Brasil