Amazônia, desafios e contribuições da indústria

Superar essas contradições significa transpor desafios e fortalecer alternativas de inserir esta integração nos trilhos de um novo tempo, uma jornada benfazeja na geração de empregos e oportunidades de Norte a Sul do Brasil e a favor de todos os brasileiros

Por Nelson Azevedo (*) [email protected]

Agosto começou com alguns solavancos e múltiplos desafios. Entretanto, se prestarmos atenção, toda nossa caminhada é sacudida o tempo todo por solavancos que nos impedem a acomodação, a perigosa zona de conforto, como é chamada modernamente a preguiça. E mais que isso, ainda bem que temos sempre à frente novos desafios, provocações permanentes que nos convidam a construir saídas, ou seja, a bem-aventurada inovação, uma habilidade importante para criar o tempo todo novas soluções para antigos problemas.

Trilhas inovadoras

Na semana passada, no grupo das Coordenadorias, pelo qual sou responsável no âmbito da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, recebemos a equipe da FINEP, uma instituição financeira do ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Os representantes dessa Financeira que trabalha com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, trouxeram às Coordenadorias algumas trilhas inovadoras e sugestões que apontam para uma jornada de entusiasmo e mudanças. Depende de nós o conhecimento e o aproveitamento.

Sustentabilidade e inclusão

Somos na FIEAM um grupo que estende os diversos braços da Indústria para gerar a diversificação, o adensamento e o ajuste no setor fabril às possibilidades de novos negócios, mais coerentes e aderentes, no contexto das vocações regionais de atividades econômicas. É fundamental sublinhar que este alinhamento se dá sempre de acordo com o parâmetro da sustentabilidade e da prosperidade social e econômica desta região empobrecida, como revelam os perfis de seus IDHs. Estamos falando de inclusão social e qualificação profissional.

Estabilidade jurídica

O Brasil é um campo de múltiplas oportunidades e, ao mesmo tempo, de miríades de incertezas. E a Amazônia, pela delicadeza de seus biomas, onde fragilidades ambientais se misturam com muitas potencialidades de empreendimentos, precisamos de lutar, permanentemente, pela segurança e estabilidade jurídica para gerar oportunidades. É só observar a quantidade de decretos que foram publicados pelo governo federal neste ano com severas ameaças em relação à economia do Amazonas e da Amazônia Ocidental.

Contribuintes do FNDCT

Como programa de desenvolvimento, temos clareza de aonde queremos chegar, e nem sempre tivemos ouvidos dispostos a nos acolher e disponibilidade de recursos com os quais contar. Ironicamente, muitas vezes, os recursos em questão se referiam àqueles aqui gerados pelo Polo industrial de Manaus.  E no debate com a FINEP nos foram oferecidos alguns tipos de financiamento que levam em conta novos cenários. A propósito, temos orgulho de dizer que as empresas do Polo Industrial de Manaus, especialmente aquelas do setor de Informática, são destacados contribuintes do FNDCT, Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Com eles, estamos há 20 anos tentando emplacar o agora chamado Centro de Bionegócios da Amazônia, até hoje à procura de um CNPJ, ou seja, uma identidade/definição  no seu plano de negócios.

Conquista da interlocução

Abrem-se novas portas, portanto, com essa aproximação das Coordenadorias da FIEAM com a FINEP,  e é importante saber que somos contribuintes desta iniciativa. Só nos resta seguir a mesma jornada de enfrentamento e conquista da interlocução. Só assim, poderemos vislumbrar saídas, identificar os entraves, superar o preconceito, a maledicência e má-fé contra a ZFM, sentimento perceptíveis na edição e insistência dos tais decretos, que nos obrigam a buscar o STF, para reaver as premissas do contrato judicial firmado com o Estado Brasileiro, expresso na Constituição Federal.

Jornada benfazeja

Se há questões subentendidas que se esclareçam, se há indícios de ilícitos que se apurem, se há deslizes, que sejam corrigidos e superados. Estamos atentos e unidos, queremos colaborar em regime de reciprocidade, transparência e brasilidade. Adiar essas iniciativas e decisões não favorece  a ninguém que decididamente contribui e acredita no futuro do Brasil. Superar essas contradições significa transpor desafios e fortalecer alternativas de inserir esta integração nos trilhos de um novo tempo, uma jornada benfazeja na geração de empregos e oportunidades de Norte a Sul do Brasil e a favor de todos os brasileiros.

(*) Nelson é economista, empresário e presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, conselheiro do CIEAM e vice-presidente da FIEAM.

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