Senado aprova ‘PL Antifacção’ e reforça combate ao crime organizado

Senado aprovou relatório de Alessandro Vieira (MDB-SE), que vetou mudanças polêmicas feitas no texto original do governo federal

Senado aprova PL Antifacção por unanimidade – Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

O Senado Federal aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira (10/12), o Projeto de Lei (PL) 5.582/2025, denominado “PL Antifacção”, que estabelece medidas mais rigorosas contra o crime organizado. Devido às alterações feitas, o texto retornará à Câmara dos Deputados para nova deliberação.

O projeto de lei, que teve o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) como relator no Senado, promoveu mudanças significativas em relação ao texto aprovado anteriormente na Câmara.

  1. Tipificação e penas para facção criminosa:

  • Criação do tipo penal: O relatório de Vieira reinstaurou a criação do tipo penal de facção criminosa.
  • Penas: Foram estabelecidas penas de 15 a 30 anos de prisão para o crime de facção criminosa.
  • Medidas assecuratórias: O relator incorporou medidas assecuratórias que haviam sido solicitadas pelo Poder Executivo (Planalto).
  1. Fundo Nacional Específico:

  • Criação: Foi estipulada a criação de um fundo nacional específico destinado ao combate ao crime organizado, separado do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP).
  • Recursos: Os recursos para este novo fundo virão de um novo imposto sobre casas de apostas on-line (as bets).
  • Projeção: Segundo estimativas do Banco Central, a arrecadação com esse novo imposto pode somar R$ 30 bilhões por ano.
  1. Mudanças vetadas pelo Senado:

O relator vetou duas mudanças polêmicas que haviam sido incluídas no texto original da Câmara, as quais foram consideradas inconstitucionais:

  • Vedação da concessão de auxílio-reclusão.
  • Restrição ao direito de voto para presos.

No entanto, o ponto da restrição ao voto pode ser retomado na Câmara por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, onde o relator, deputado Mendonça Filho (União-PE), incorporou a proibição de voto para presos provisórios.

Divisão dos bens apreendidos

O projeto de lei também aborda a nova organização de uso dos recursos e bens apreendidos do crime.

A versão da Câmara, sob relatoria do ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP), propôs:

  • Operações policiais locais: Os recursos seriam destinados aos Fundos de Segurança Pública locais (Estados e Municípios).
  • Apreensões da Polícia Federal (PF): Os recursos iriam para o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP).
  • Operações conjuntas: Os bens seriam repartidos igualmente.

Essa proposta da Câmara gerou descontentamento na Polícia Federal, que expressou preocupação com problemas de financiamento.

Aprovação e reação do governo

A votação no Senado foi unânime, com 64 votos a favor e nenhum contrário, demonstrando amplo apoio à medida.

O relatório de Alessandro Vieira foi recebido com satisfação pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que o classificou como “altamente satisfatório” e de “elevadíssimo nível técnico”.

“Eu acho que o projeto está altamente satisfatório, tem um elevadíssimo nível técnico e incorporou grande parte das nossas sugestões, das sugestões do Ministério da Justiça e Segurança Pública,” declarou Lewandowski.

Fonte: https://www.metropoles.com/brasil/senado-aprova-texto-base-do-pl-antifaccao-por-unanimidade

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