Hamas acusa Israel de matar filhos e netos do líder máximo do grupo terrorista

Ismail Haniyeh, que vive no Catar, afirma que situação não fará os extremistas recuarem nas exigências para libertação de reféns

Ismail Haniyeh é líder do grupo terrorista Hamas - Foto: Reprodução/Wikimedia

Um ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza matou três filhos e três netos do líder do escritório político do Hamas, Ismail Haniyeh, nesta quarta-feira, 10, segundo a mídia oficial do grupo terrorista. Haniyeh acusou Israel de agir com “espírito de vingança e assassinato”.

Os filhos de Haniyeh estão entre as figuras de maior destaque que foram mortas na guerra até agora. Não ficou claro como as suas mortes poderiam afetar as negociações de cessar-fogo que duraram meses e que estão sendo mediadas por Catar, Egito e Estados Unidos.

Os filhos do líder do líder máximo do grupo terrorista Hamas – Foto: Reprodução/Times of Israel

Haniyeh confirmou as mortes na quarta-feira em uma entrevista ao canal de TV Al Jazeera, dizendo que os seus filhos “foram martirizados no caminho para a libertação de Jerusalém e da Mesquita Al-Aqsa”.

“O inimigo criminoso é movido pelo espírito de vingança e assassinato”, disse o líder terrorista, por telefone. “Não valoriza quaisquer padrões ou leis.”

O Exército de Israel não comentou a morte dos familiares do líder do Hamas.

Sem flexibilizar

Em sua entrevista à Al Jazeera, Haniyeh disse que as mortes não pressionariam o Hamas a suavizar as suas posições. Nesse sentido, o líder do grupo terrorista aproveitou para fazer ameaças.

“O inimigo acredita que, ao atingir as famílias dos líderes, irá pressioná-los a desistir das exigências do nosso povo”, disse. “Qualquer um que acredite que atacar os meus filhos irá pressionar o Hamas a mudar a sua posição está delirando.”

Haniyeh vive exilado no Catar, onde fica a sede da Al Jazeera. A estação de TV Al-Aqsa, do Hamas, transmitiu imagens de Haniyeh ao receber a notícia das mortes enquanto visitava palestinos feridos que foram transportados para um hospital em Doha.

Quando um assessor recebeu a notícia em seu telefone, Haniyeh assentiu, olhou para o chão e saiu lentamente da sala. “Não há força nem poder senão vindo de Deus”, murmurou o terrorista. “Que Deus facilite as coisas para eles.”

A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas

Meio ano depois o início da guerra, desencadeada pelo ataque do grupo terrorista Hamas ao sul de Israel, há cada vez mais apelos internacionais para um cessar-fogo. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou a estratégia militar israelense em Gaza do governo do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, em uma entrevista à emissora norte-americana de língua espanhola Univision, transmitida na terça-feira, 9.

“Peço simplesmente que os israelenses estabeleçam um cessar-fogo”, afirmou Biden. “Que permitam durante as próximas seis, oito semanas, acesso total a todos os alimentos e medicamentos que entrarem em Gaza.”

Esta entrevista foi gravada antes da retirada, no domingo, dos soldados israelenses do sul da Faixa de Gaza e do aumento, nos últimos dias, da ajuda humanitária autorizada por Israel a entrar no território palestino. Essas decisões foram tomadas por Tel-Aviv depois de o presidente norte-americano subir o tom em relação a Netanyahu por causa da morte de sete trabalhadores humanitários da World Central Kitchen, que foram atingidos por um bombardeio israelense. Israel pediu desculpa e demitiu dois comandantes diante do ocorrido.

A guerra eclodiu no dia 7 de outubro do ano passado, quando terroristas do Hamas lançaram um ataque sem precedentes contra Israel, deixando 1,2 mil mortos, a maioria civi. O grupo terrorista também sequestrou 250 reféns, dos quais 129 permanecem em Gaza, incluindo 34 que se acredita terem morrido.

Em resposta, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas, que governa Gaza desde 2007 e é considerado uma organização terrorista, opinião respaldada por Estados Unidos e União Europeia.

Fonte: https://revistaoeste.com/mundo/hamas-acusa-israel-de-matar-filhos-e-netos-do-lider-maximo-do-grupo-terrorista/

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