Do tapete vermelho ao barro da BR-319: medalhas, bloqueio e dívida

Alex Del Giglio é homenageado com a Medalha da Ordem do Mérito Legislativo na Aleam

Estrela de primeira grandeza do governo Wilson Lima, o secretário de Estado da Fazenda, Alex Del Giglio, foi o nome mais celebrado na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (10). Indicado pelo deputado Dr. George Lins (UB), ele recebeu a Medalha da Ordem do Mérito Legislativo, a mais alta honraria da Casa.

Pela manhã, Dr. George entregou a comenda simbolicamente na Sefaz, destacando a competência técnica, a responsabilidade fiscal e o profissionalismo de Del Giglio. Segundo o deputado, esses atributos “têm garantido equilíbrio ao Estado”.

À tarde, no plenário Ruy Araújo, quem entregou oficialmente a medalha foi o deputado Carlinhos Bessa, representando Dr. George, que cumpria agenda em Fonte Boa, terra de seu pai, o ex-deputado Belarmino Lins.

Competência técnica

Foto: Divulgação

A distinção a Alex Del Giglio não parou na medalha. Durante a solenidade no plenário da Aleam, ele foi escolhido orador oficial entre todos os agraciados, um reconhecimento que reforça seu peso técnico e institucional dentro do governo estadual.

Com trajetória marcada por preparo acadêmico robusto e mais de 15 anos de serviço público, o secretário foi saudado como exemplo raro de gestor que une teoria, prática e integridade.

Realidade perde paciência com o DNIT

O que era ameaça virou fato. O presidente da Associação dos Amigos e Defensores da BR-319, André Marsílio, confirmou que o bloqueio da rodovia BR-319 começou no início da tarde desta quarta-feira (10), após o DNIT ignorar por três dias os apelos dos moradores do distrito de Realidade, em Humaitá.

O protesto, agora por tempo indeterminado, cobra explicações sobre a retirada dos maquinários que trabalhavam no trecho crítico e é visto pelos comunitários como sinal claro de abandono. A advertência de domingo, quando fecharam a rodovia temporariamente, não bastou para sensibilizar o órgão federal.

Sem resposta do DNIT, a população fechou de vez o fluxo, liberando apenas ambulâncias e veículos de serviços essenciais. Na ponta da linha, a sensação é uma só: cansaram de esperar.

Crise acesa na estrada

Foto: Divulgação

Enquanto o bloqueio da BR-319 avança, o DNIT permanece em silêncio, mesmo após questionamentos diretos sobre: por que retirou as máquinas, quando elas voltam e como será garantido o direito de ir e vir dos usuários. Até sobre a ponte do Rio Autaz Mirim — outra novela antiga — nenhuma resposta.

O silêncio contrasta com os anúncios oficiais de obras ao longo do ano, como o asfaltamento dos primeiros $20$ km do Lote C e a licitação de mais $32$ km prevista para janeiro.

Na prática, porém, os moradores dizem ver apenas máquinas indo embora e a estrada voltando ao abandono. Por isso, André Marsílio foi direto: “Sem resposta, fechamos ao meio-dia”.

E fecharam. Agora, o impasse está nas mãos do próprio DNIT, que finge que não é com ele.

Agora, quem ensina são os indígenas

Foto: Divulgação

Nesta quarta-feira (10), a UFAM escreveu um capítulo inédito na ciência brasileira: a primeira banca de doutorado formada exclusivamente por pesquisadores indígenas.

A defesa, conduzida pelo antropólogo Jaime Mora Fernandes Diakara (Desana), reuniu avaliadores de cinco etnias — Tukano, Baré, Tuyuka, Pirataouya e Desana — num momento histórico de autonomia intelectual.

A tese, centrada na cosmologia e nos saberes do caxiri, transformou o auditório da UFAM em território ancestral. Se alguém ainda tinha dúvida de que a universidade precisa ouvir, aprender e reconhecer saberes originários, a UFAM acaba de dar uma aula magna.

Um bi para colocar a Casa em ordem

Foto: Divulgação

A Câmara Municipal de Manaus aprovou pedido do prefeito David Almeida para contrair até US$ 195 milhões em empréstimo, algo perto de R$ 1,059 bilhão.

Segundo o Executivo municipal, não é para gastar mais, mas para “melhorar a gestão da dívida”. Trocando em miúdos: pega-se um bilhão novo para pagar dívidas velhas.

Brasil finalmente joga junto

Foto: Divulgação

Especialistas, órgãos públicos e organizações civis iniciaram, nesta quarta-feira (10), na Praia do Forte (BA), a construção do primeiro Plano de Ação Nacional de Combate ao Tráfico de Vida Silvestre.

O encontro, coordenado pela WCS Brasil e pela Conservare, tenta corrigir décadas de respostas isoladas contra um crime que opera em escala industrial.

A palavra-chave agora é integração: fiscalização, tecnologia, recursos e políticas alinhadas.

Do isolamento à estratégia Nacional

O novo PAN pretende transformar iniciativas dispersas em política pública coordenada, com ações envolvendo governo, sociedade civil, pesquisadores e até setor privado.

Como disse Carolina Lorieri, da Conservare, trata-se de “uma nova era de enfrentamento”, deixando claro que combater o tráfico de fauna exige a mesma coesão que sustenta as redes criminosas.

Se der certo, o Brasil finalmente terá um plano à altura do tamanho do problema.

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.