Quando estudar vira jogo e melhora o desempenho escolar em Humaitá

Foto: Acervo do pesquisador Marcos Antônio de Oliveira

Tornar o aprendizado de história e geografia mais dinâmico e atrativo foi o objetivo central de um projeto apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). A iniciativa explorou os benefícios da gamificação no cotidiano escolar de alunos do ensino médio utilizando jogos educativos para reforçar os conteúdos de sala de aula.

A atividade intitulada Olimpíada virtual de história e geografia utilizando a plataforma Wordwall foi coordenada pelo professor Marcos Antônio de Oliveira. O projeto ocorreu no Centro de Educação de Tempo Integral (Ceti) Tarcila Prado de Negreiros Mendes, localizado no município de Humaitá, que fica a 590 quilômetros de Manaus. A proposta foi viabilizada pelo Programa ciência na escola (PCE), conforme as diretrizes do edital número 002/2024.

A plataforma escolhida para as atividades permite que os educadores transformem lições tradicionais em uma série de jogos interativos e questionários personalizados. Essa abordagem moderna cria um ambiente de aprendizado onde o estudante deixa de ser um espectador passivo e assume o protagonismo na resolução de desafios.

Engajamento e melhoria no desempenho escolar

O coordenador do projeto ressaltou que a competição saudável entre os participantes funcionou como uma estratégia pedagógica de alto impacto. O uso de elementos de jogos resultou em um aumento visível do interesse pelas disciplinas e refletiu positivamente nas notas obtidas nas avaliações regulares da escola.

“Quando os alunos começaram a participar das disputas surgiu uma expectativa em torno dos resultados e de quem estaria nas melhores colocações. Isso criou um ambiente dinâmico e diferente dos métodos de ensino tradicionais”, destacou Marcos Antônio de Oliveira.

Além de jogarem, os estudantes participaram diretamente da coleta de dados para a produção dos games. Essa etapa exigiu o exercício da leitura atenta dos materiais didáticos e o desenvolvimento de noções básicas de informática. Entre os ganhos observados, destaca se a maior interação social entre os jovens, fortalecendo os vínculos dentro da comunidade escolar.

Impacto social e combate à evasão escolar

A experiência desenvolvida em Humaitá demonstrou que o uso de ferramentas digitais pode ser uma aliada poderosa na retenção de alunos. Para o coordenador, a diversão aliada ao conteúdo pedagógico estimula a dedicação e pode até mesmo atrair de volta aqueles estudantes que apresentam histórico de evasão.

“Ficou comprovado que o uso dos jogos na educação é fundamental para estimular os alunos a se dedicarem mais. Projetos como este promovem maior interação social e podem estimular o retorno de alunos evasivos à escola”, comentou o professor.

O apoio da Fapeam foi classificado como fundamental para que o projeto saísse do campo das ideias e fosse testado como uma pesquisa científica. Com a análise dos dados coletados durante a olimpíada, foi possível validar que novas abordagens de ensino são essenciais para o processo de ensino aprendizagem no interior do estado.

Sobre o programa ciência na escola

O Programa ciência na escola (PCE) é uma ação estratégica voltada para professores e alunos de escolas públicas estaduais e municipais de Manaus e Tefé. A iniciativa fomenta projetos de pesquisa científica e inovação tecnológica dentro do ambiente escolar, abrangendo do 5º ano do ensino fundamental até a 3ª série do ensino médio.

O programa contempla diversas modalidades, incluindo a educação de jovens e adultos, educação escolar indígena e projetos de aceleração de aprendizagem como o Projeto avançar. Ao incentivar o pensamento científico desde cedo, o investimento em pesquisa prepara as novas gerações para os desafios tecnológicos do mercado de trabalho.

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