
Nesta terça-feira, 4 de novembro, o deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza) levantou dúvidas na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) sobre a real validade das certificações de qualidade anunciadas pelo Governo do Amazonas para o Complexo Hospitalar Sul, que engloba o Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto e o Instituto da Mulher Dona Lindu.
O parlamentar criticou a incoerência entre o discurso governamental de excelência e as frequentes denúncias de negligência, precariedade e falta de estrutura nas unidades geridas por Organizações Sociais de Saúde (OSS).
O contraste entre propaganda e realidade do paciente
Segundo Wilker Barreto, enquanto o Governo do Amazonas investe em campanhas de marketing para promover supostos selos de qualidade, como o Qmentum International e o Great Place to Work (GPTW), a população continua enfrentando um cenário crítico.
O deputado destacou que a realidade nos hospitais é marcada por:
- Superlotação
- Erros médicos
- Condições precárias de atendimento
Para o parlamentar, esses problemas desmentem a imagem de “excelência” que o Executivo tenta construir.
“Será que o Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto e o Instituto da Mulher Dona Lindú, hoje chamado de Complexo Sul, têm realmente selo de qualidade? A pergunta quem irá me responder não é este plenário, quem pode me responder é você que está me assistindo. Tem selo de qualidade hoje?”, questionou o deputado.
Denúncias de precariedade estrutural e má gestão
Wilker Barreto exibiu denúncias que detalham a precariedade das unidades de saúde sob gestão de OSS. Entre os relatos, foram apresentadas:
- Imagens de bebês com queimaduras causadas por bisturi elétrico.
- Queixas sobre a má qualidade da alimentação servida aos pacientes (mencionando o exemplo de “arroz com ovo”).
- Problemas estruturais graves em centros cirúrgicos.
O deputado também fez um alerta sobre a Organização Social IDEAS, que administra outras grandes unidades, como o Hospital Infantil Joãozinho e o João Lúcio. Ele lembrou que essa instituição responde a processos por mortes no estado de Santa Catarina.
“Eu quero só lembrar, senhores, que essa instituição chamada IDEAS, que administra o Joãozinho e o João Lúcio, responde por mortes no ministério de Santa Catarina. Para assumir o Complexo Leste, eles receberam na frente 31 milhões. (…) mas aí eu pergunto, 31 milhões para servir arroz com ovo, é isso mesmo?”, declarou.
Cobrança por transparência e resultados reais
O parlamentar ressaltou que, apesar dos contratos bilionários firmados entre o Governo e as organizações sociais, o sistema de saúde pública é dominado pela propaganda em detrimento dos resultados concretos para a população.
Wilker Barreto reforçou que o foco do Executivo deve ser a qualidade real do atendimento e o respeito ao cidadão, e não a promoção de selos internacionais.
“Qualidade que não existe e nós temos que ter a coragem para mostrar o padrão de qualidade que só os comerciais mostram, mas na vida real, na vida dura daqueles que precisam, esse é o padrão de qualidade”, concluiu.
Ele finalizou destacando o papel da Assembleia Legislativa de fiscalizar, cobrar transparência e garantir que os recursos públicos sejam efetivamente aplicados em benefício da população amazonense.
Assessoria de comunicação: Beatriz Souza (DRT/AM 2185)










