Veto à BR-319 revolta empresários e ameaça futuro da indústria no Amazonas

Presidente do SIAM, Pedro Monteiro, reforça que sem alternativas logísticas o setor enfrenta dificuldades para crescer

Presidente do SIAM, Pedro Monteiro – Foto: Divulgação

A indefinição sobre a BR-319, rodovia que conecta o Amazonas ao restante do país, continua sendo um grande entrave para a indústria local. O veto presidencial à emenda que dispensaria o licenciamento ambiental em trechos já trafegáveis da estrada gerou preocupação entre os empresários, que enfrentam altos custos logísticos para transportar produtos e insumos.

A emenda, de autoria do senador Eduardo Braga (MDB-AM), visava destravar as obras da rodovia. Com o veto do presidente, a bancada amazonense agora busca no Congresso apoio para derrubar a decisão.

Segundo Pedro Monteiro, presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Manaus (SIAM), a conclusão da BR-319 é crucial para a competitividade das empresas locais. “O setor produtivo não pode mais arcar com custos logísticos tão altos. Isso encarece o produto, reduz a margem de lucro e trava o crescimento das empresas”, declarou Monteiro. Ele explica que, ao contrário de outros estados com múltiplas opções de transporte, o Amazonas depende majoritariamente dos modais fluvial e aéreo, que são caros e vulneráveis a fatores climáticos.

O setor de alimentação, um dos mais estratégicos para o abastecimento da população, é diretamente afetado. O transporte de insumos vindos do Sul e Sudeste pode levar semanas e exige complexas manobras logísticas. Monteiro ressalta que a BR-319, que já existe e é utilizada, precisa de melhorias estruturais para funcionar com segurança e regularidade durante todo o ano, o que ajudaria a baratear os custos de produção e ampliar o alcance comercial da indústria local.

“Somos favoráveis a um modelo que respeite o meio ambiente, mas que também entenda as particularidades da nossa região”, afirmou Monteiro. A expectativa do setor agora está no Congresso Nacional, onde a bancada do Amazonas tenta mobilizar apoio para reverter o veto presidencial.

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