
Ventos fortes, chuvas torrenciais e mar agitado foram registrados nesta quarta-feira (24) em Hong Kong, enquanto o supertufão Ragasa avançava em direção ao sul da China continental, depois de deixar pelo menos 14 mortos e mais de 100 desaparecidos em Taiwan.
Em Hong Kong, dezenas de árvores caíram e inundações foram registradas em vários bairros, segundo imagens divulgadas na internet. Por volta do meio-dia (1h00 de Brasília), o Ragasa se afastava gradualmente da cidade semiautônoma chinesa, mas ainda com ventos com força de furacão. O serviço meteorológico local emitiu alerta máximo para tufão durante a noite. O fenômeno provocou uma “grande ressaca ciclônica” nas costas de Hong Kong, elevando o nível do mar em algumas áreas em mais de três metros.
Na região chinesa de Macau, conhecida por seus cassinos, também houve inundações generalizadas e suspensão do fornecimento de energia elétrica em algumas áreas.
Vítimas em Taiwan e nas Filipinas
Em Taiwan, pelo menos 14 pessoas morreram e 18 ficaram feridas quando a barreira de proteção de um lago se rompeu no condado de Hualien. Os bombeiros registraram pelo menos 152 pessoas desaparecidas após a tragédia. O primeiro-ministro taiwanês, Cho Jung-tai, visitou a região e anunciou o compromisso de ajudar os afetados. O supertufão também causou a morte de pelo menos duas pessoas no norte das Filipinas.
Preparativos na China continental
O Ministério de Gestão de Emergências da China anunciou que o tufão deve tocar o solo ao longo da costa da província de Guangdong nas próximas horas. As autoridades da China continental ordenaram o fechamento de estabelecimentos comerciais e escolas em pelo menos 10 cidades no sul do país, afetando dezenas de milhões de pessoas. As ruas de Yangjiang, uma cidade a oeste de Hong Kong, estavam praticamente desertas na manhã de quarta-feira.
Inundações e resgates em Hong Kong
Vários distritos de Hong Kong sofreram com inundações. No hotel Fullerton Ocean Park, um vídeo mostra um homem perdendo o equilíbrio com o avanço da água pela entrada. As águas também inundaram a localidade costeira de Heng Fa Chuen, segundo outro vídeo. Os ventos arrancaram a parte superior de uma passarela para pedestres, enquanto muitos dos famosos arranha-céus do centro financeiro balançavam.
Um bombeiro, que se identificou apenas com o sobrenome Tse, disse à AFP que estava “um pouco preocupado” com a segurança dos andaimes de bambu usados nas construções, depois de um turno de 11 horas “sem descanso”. As autoridades informaram que mais de 760 pessoas buscaram refúgio em 50 abrigos temporários.
A empresa que administra o aeroporto de Hong Kong afirmou que apenas “um número limitado de voos de carga” estava programado para esta quarta-feira. A polícia relatou que uma criança de cinco anos e sua mãe caíram no mar na tarde de terça-feira, quando observavam as ondas. As duas vítimas e o pai, que pulou no mar para salvá-las, foram hospitalizados em estado crítico.
Cientistas alertam que as tempestades se tornam mais intensas com o aquecimento do planeta devido às mudanças climáticas.