
As eleições legislativas de meio de mandato de 2025, na Argentina, transformaram-se em um referendo sobre o governo do presidente Javier Milei e terminaram com uma vitória contundente para sua coalizão, La Libertad Avanza (LLA). O resultado fortaleceu a base política de Milei no Congresso, enfraqueceu a oposição peronista e redefiniu o mapa político do país.
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O resultado e o fortalecimento de Milei
- Vitória Nacional Expressiva: A coalizão La Libertad Avanza (LLA) de Milei foi a força mais votada, conquistando mais de 40% dos votos em todo o país.
- Enfraquecimento Peronista: O peronismo, reunido na coalizão Fuerza Patria, teve um desempenho abaixo das expectativas, com apenas 24,5% dos votos.
- Conquistas Territoriais: O LLA venceu em regiões consideradas hostis, incluindo as importantes províncias de Córdoba, Santa Fe, Mendoza e a Cidade de Buenos Aires.
- Quebra de Paradigma: O resultado desmonta a lógica peronista de domínio territorial, especialmente na Província de Buenos Aires, onde o governo disputou o primeiro lugar voto a voto.
- Autoridade Reforçada: O desempenho reafirma a aposta do eleitorado na agenda liberal de Milei, concedendo-lhe autoridade reforçada para conduzir o segundo biênio de governo.
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O novo equilíbrio no Congresso
O cenário parlamentar se inclina a favor do governo, facilitando a aprovação das reformas. Estavam em jogo 127 dos 257 assentos da Câmara e 24 das 72 cadeiras do Senado.
- Câmara dos Deputados: O LLA conquistou 64 novos assentos contra 31 da Fuerza Patria. A bancada governista, somada a seus aliados, pode atingir o terço necessário para manter vetos presidenciais.
- Senado Federal: O LLA ganhou 12 novos nomes, dando ao governo maior musculatura política para avançar nas reformas econômicas.
- Governabilidade: A aprovação das medidas ainda dependerá da negociação com o chamado “bloco do meio” (o “centrão” argentino), composto por deputados sem alinhamento automático.
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Fatores de preocupação
- Baixa Participação: O nível de comparecimento eleitoral voltou a cair, ficando abaixo de 70% dos eleitores, o índice mais baixo desde 1983. A retração do eleitorado preocupa analistas.
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Entenda as eleições legislativas argentinas
- Periodicidade: Ocorrem a cada dois anos para renovar parcialmente o Congresso Nacional.
- Composição do Congresso: A Câmara tem 257 cadeiras e o Senado tem 72.
- Renovação Parcial: A cada eleição, é renovada metade da Câmara (mandato de 4 anos) e um terço do Senado (mandato de 6 anos, em províncias por ciclo).
- Sistema de Voto:
- Câmara: Sistema proporcional com listas fechadas.
- Senado: Sistema majoritário (o partido mais votado leva dois senadores; o segundo leva um).
- Voto Obrigatório: Para cidadãos entre 18 e 70 anos.











