Revisitando a Operação Prato: terror e morte em Colares

Por J Taketomi

Muito já se escreveu e muito ainda se há de escrever e polemizar sobre a famosa Operação Prato, que hoje possui alguns milhares de páginas na Internet e que data de 1977, com seu epicentro na pequena cidade paraense de Colares, onde viviam à época duas mil pessoas.

A conceituada Revista UFO, por meio do seu editor geral, jornalista e ufólogo Ademar Gevaerd, prestou grande serviço de informação e esclarecimento sobre aquela operação militar, que investigou, de forma inédita, aparições ostensivas de objetos voadores não identificados na Amazônia.

Foi em 1997 que Gevaerd e seu colega, Marco Antônio Petit, coeditor da Revista UFO, entrevistaram o capitão Uirangê Holanda, que comandou todas as investigações pertinentes a operação em 1977. Na entrevista, o militar revelou detalhes das investigações e relatou seu encontro com um ser alienígena em determinada ocasião.

Outra fonte, de especial relevância acerca do episódio é o livro “Luzes do Medo” em que o jornalista paraense Carlos Mendes, proprietário do Portal de Notícias Ver-O-Fato, descortina fatos estarrecedores envolvendo as “luzes vampiras” e os moradores de Colares.

Dentre os inúmeros casos alarmantes que chegaram ao conhecimento do então repórter do jornal O Estado do Pará na década de 70, ele cita o ocorrido na Ilha dos Caranguejos, quando dois homens, após contato com “as luzes”, tiveram queimaduras de terceiro grau. Um morreu instantaneamente e o outro foi a óbito logo após ser socorrido em um hospital. Nas cidades de Viseu, Colares e Bragança houve casos fantásticos de queimaduras que sumiram rapidamente, deixando vários dermatologistas malucos.

Segundo Carlos Mendes, em Colares houve situações em que seres extraterrestres desciam das naves e agrediam as pessoas deliberadamente. Ele conta que em Santo Antônio do Ubintuba, um humanóide, de um metro e vinte centímetros de altura, desceu de uma luz e atacou um morador da cidade. Em dado momento da luta o ET se desvencilhou do oponente e correu para a mata próxima, onde desapareceu levado por uma luz direto para uma nave que o esperava.

Mendes também descreve o caso de uma jovem que, depois de atingida por um jato de luz, teve problemas mentais dos quais nunca mais se recuperou. Observa o jornalista que todas as pessoas atacadas pelas “luzes” apresentavam quadro de anemia. As vítimas se sentiam muito debilitadas após serem alvejadas, adquiriam traumas e não voltavam à vida normal com facilidade, despertando a atenção e a curiosidades de psiquiatras.

Apesar de reportar casos e mais casos durante suas investigações jornalísticas, Mendes, entretanto, jamais viu disco voador algum. “Eu cobri tudo, mas nunca vi um ET. Participei de vigílias na Baía do Sol, da meia noite até às cinco da manhã, e tudo o que vi foram luzes que mergulharam no mar e depois saiam do mar”, descreve Carlos, sem conjecturar sobre a hipótese de, quem sabe, ter visto OSNIS.

Em Colares, ele diz ter testemunhado também a morte de animais pelas “luzes”. Ele viu galinhas, patos e porcos fulminados pelo fenômeno que, como se vê, não atacava apenas pessoas. Também narra o caso de uma cadela que nunca mais latiu depois de atingida por um jato luminoso.

Foi em Colares que Mendes também conheceu a jovem médica sanitarista Wellaide Cecim Carvalho, que, a princípio, não acreditava nos ataques de extraterrestres contra a população de Colares. Ela era diretora da unidade de saúde local e só se renderia à realidade das “luzes vampiras” com evidências que não lhe deixaram dúvidas.

Encontro com Holanda

Foi em Colares que Carlos Mendes se encontrou, pela primeira vez, com o capitão Uirangê Holanda, responsável pela Operação Prato, sob o manto da Aeronáutica. O encontro não foi nada amistoso, conforme o repórter. Ocorreu em uma praia, ocasião em que o militar confundiu Mendes com alguém ligado à militância de esquerda devido a matérias que ele veiculava no jornal em que trabalhava sobre manifestações de protestos que aconteciam em Belém naquela época de Ditadura Militar no país. Instado por Holanda a deixar de lado as ocorrências de Colares sob pena de sofrer retaliação, Mendes deu de ombros e, em meio as ameaças de Uirangê, prosseguiu suas ações no município.

Uirangê era um típico oficial da era AI-5 (Ato Institucional Nº 5), de 13 de dezembro de 1968, que fechou o Congresso Nacional e impôs censura à imprensa. Como tal, ele não aceitava dialogar com qualquer repórter. Agia junto à cúpula do periódico em que Mendes trabalhava influenciando manchetes sensacionalistas no início da Operação Prato. Era cético quanto aos Ets, entendendo que, no fundo, tudo não passava de ilusões de ótica ou “coisa inventada por comunistas”, até porque o Pará espelhava o Araguaia, onde explodira uma luta armada contra a Ditadura no início dos anos 70.

Mendes recorda a grande pressão de Uirangê para se apossar de um gigantesco arquivo de fotos sobre importantes eventos ufológicos sucedidos na Baía do Sol, em Mosqueiro. “Eram mais de duzentos filmes que a Aeronáutica queria a qualquer custo, em nome da Lei de Segurança Nacional”, relata o jornalista sem esquecer de associar a esse episódio a participação de um agente da CIA (Central Intelligence Agency) infiltrado nas redações, que contracenava com Uirangê.

Após ameaçar todo mundo com o AI-5 e a LSN, o capitão Holanda conseguiu o seu intento, se apropriando dos filmes preciosos cujo conteúdo de alto significado para a Ufologia brasileira. Eles guardam fotos que documentaram eventos indescritíveis sucedidos não apenas em Colares, mas também em outros municípios como Bragança, Tracateua, Augusto Correia, Capanema, Quatipuru, Timboteira, Santo Antônio do Ubintuba e Viseu, aterrorizados pelas “luzes vampiras” que criaram o mito “Chupa-Chupa”.

Seguindo orientação de Uirangê, o delegado de Santo Antônio de Ubintuba, Amim Fernandes, autor de relatórios para o I Comar sobre o que acontecia no município, forçava os moradores locais a mentir sobre o que viam. A ordem era fazer a opinião pública rejeitar as aparições, e, se possível, folclorizá-las.

Por isso, o interesse de Uirangê em se apossar de todos os documentos com que a imprensa pudesse disseminar pelo resto do país e para o mundo os acontecimentos de Colares como verdadeiros. Com seu jogo pesado, ele intimidou o repórter fotográfico José Ribamar dos Prazeres e confiscou todo o seu arquivo de fotos. As ameaças do militar ao editor do Estadão do Pará facilitaram as coisas para Uirangê e para a Aeronáutica.

A mudança

 

Conforme Carlos Mendes, o correr dos fatos e contatos imediatos não demorariam a provocar uma radical mudança no comportamento de Uirangê Holanda em relação aos fenômenos que desafiavam a lógica humana no Pará, especialmente em Colares.

Um dia, pode-se dizer que a casa caiu para o militar. De repente, ele teve um contato aberto, explícito, com um ser extraterrestre em Colares. O humanoide desceu de uma luz e encarou o capitão por alguns segundos. Os dois ficaram frente a frente. Não houve troca de palavras. Apenas o ser fitou o militar como que para convencê-lo de algo que fugia à sua compreensão e imaginação.

Holanda mudou de postura e, então, passou a incomodar seus colegas de patente que achavam que os fenômenos de Colares não passavam de estórias fantasiosas. Foi o fim da Operação Prato no âmbito da Aeronáutica. Mas, Holanda daria sequência a ela em 1978, por conta própria. Infelizmente, ele se suicidaria em 1997, dois meses depois de conceder a entrevista histórica à Revista UFO, feita pelos jornalistas Ademar Gevaed e Marcos Petit.

Polêmica

As aparições de Colares nunca deixaram de ser polemizadas ao longo de décadas. Eu próprio peregrinei por vários centros espíritas, tentando obter esclarecimentos do mundo extrafísico a respeito do tema controverso.

Em 2016, assisti a depoimento  de um ser extraterrestre, de nome Zastei, de Órion, sobre a Operação Prato. Ele disse ao grupo de médiuns que os fenômenos, na verdade, foram manifestações que objetivavam o aperfeiçoamento genético da raça humana no planeta Terra e que iriam livrá-la de doenças terríveis que a incomodavam há tempos, tais como malária e outras.

Considerei estranhas as colocações de Zastei, logo porque não soa lógico que a execução de uma ação de tal magnitude tivesse que incluir atos de extrema violência contra pequenos grupos de pobres seres humanos indefesos. Com certeza, entidades de altas hierarquias cósmicas não procederiam com a impiedade que caracterizou a ação dos Ets na Ilha de Colares.

Postei um artigo sobre a questão no Grupo UFOAM, de que faço parte no Whatsapp, provocando a pronta reação da ufóloga Umaia Ismail, que escreveu:  “A minha opinião é que nenhum ser com boas intenções  faria o que eles fizeram. Eles sugavam a energia vital das pessoas indefesas, isoladas, e isso é crime em qualquer lugar do Multiverso. E certamente não esperavam ser estudados pelas Forças Armadas”.

Segundo Umaia, “o que fizeram foi roubo, típico de piratas que perderam a conexão com as fontes de abastecimento cósmico oficiais e estão em busca de vítimas”. A ufóloga relembra palestra da médica Wellaide Cecim Carvalho, que trabalhou em Colares e que deu curioso testemunho publicado na Revista UFO: “ A médica de Colares falou em palestra que uma pessoa disse ter conversado com eles (extraterrestres), que foram educados e disseram que ficaram presos naquela região e precisavam de energia para retornar”.

Há outras versões sobre o que foi a Operação Prato em Colares. Há quem sustente a tese de que Colares é um grande centro energético e que haveria um portal na região, vinculado a seres de Órion, e que de lá, em 1977, saíram bolas de fogo (e não naves físicas) com propósitos os mais diversos. Mas, as “bolas”, sabidamente, eram naves físicas e os Ets, que desciam de jatos luminosos para agredir as pessoas, também eram de carne e osso. Logo, essa tese não se sustenta, não se tratava nem de naves etéreas nem de seres etéreos. Com o advento da Internet, é bem provável que outras teses surjam a respeito do que houve em Colares.

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