Projeto no Senado pode zerar imposto para quem ganha até R$ 5 mil

Crédito de US$ 750 milhões para empresas na Amazônia avança no Senado; proposta é defendida por Eduardo Braga – Foto: Divulgação

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) reforçou, nesta terça-feira (4), seu apoio ao Projeto de Lei (PL) 1087/2025, que propõe a isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil por mês.

O debate sobre a matéria avançou na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado com a leitura do relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL), e o tema volta a ser discutido nesta quarta-feira.

Crítica à tributação desigual

O projeto busca não apenas reduzir o imposto para quem tem rendas menores, mas também aplicar uma alíquota mínima de 10% sobre dividendos, tornando o sistema tributário mais justo e progressivo.

Braga criticou a atual estrutura, classificando-a como desequilibrada e injusta, e destacou que o peso do imposto sobre o salário é muito maior do que sobre os rendimentos de capital.

“É óbvio que a tributação sobre o salário chegou a patamares ridículos no Brasil, ao ponto de um cidadão que ganha menos de R$ 5.000 pagar mais imposto de renda do que um cidadão que recebe 1 milhão de reais de dividendo”, ponderou o senador.

Ele ressaltou que, ao longo das últimas décadas, o IR perdeu sua função original:

“Lamentavelmente, nas últimas décadas o imposto de renda foi deixando de ser um imposto sobre renda para se transformar num imposto sobre salário”, destacou Braga.

Impacto da isenção: Um “Décimo Quarto Salário”

Ao defender a isenção para quem ganha até R$ 5 mil, o senador lembrou o impacto direto que a medida pode gerar na vida dos trabalhadores.

“O valor que se deixará de pagar é de aproximadamente R$ 4.600, o que equivale, portanto, a um décimo quarto salário. Digo, não apenas no ABC Paulista, mas na Zona Franca de Manaus, quase que 99% dos trabalhadores de chão de fábrica terão exatamente isso, o direito a uma espécie de décimo quarto salário”, explicou Braga.

Tramitação da proposta

O relator da proposta, Renan Calheiros, pretende dar celeridade à votação do texto. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), já informou que, assim que o projeto for aprovado na CAE, será pautado no plenário para seguir à sanção presidencial.

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.