Professora da UEA vence prêmio nacional com estudo sobre tratamento de picadas de jararaca

Jacqueline Sachett é vencedora na categoria Ciências da Vida da 20ª edição da premiação, que busca ampliar a participação feminina na produção científica brasileira – Foto: Divulgação

Os acidentes com animais peçonhentos continuam sendo um grave problema de saúde pública no Brasil, com impacto significativo nas populações vulneráveis da Amazônia, como indígenas, quilombolas e ribeirinhos. A dificuldade de acesso rápido e adequado ao tratamento pode levar a sequelas permanentes e, em casos extremos, ao óbito.

A pesquisadora Jacqueline Sachett, professora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), foi a vencedora na categoria Ciências da Vida do prêmio Para Mulheres na Ciência 2024, concedido pelo Grupo L’Oréal no Brasil em parceria com a UNESCO e a Academia Brasileira de Ciências (ABC). Seu trabalho é focado em aprimorar o cuidado oferecido a vítimas de picadas de jararaca, um dos acidentes ofídicos mais comuns no país.

Inovação no tratamento

A pesquisa de Jacqueline Sachett investiga a eficácia da fotobiomodulação, uma técnica terapêutica que utiliza luz em baixa intensidade, como tratamento complementar ao soro antiveneno tradicional.

A expectativa é que esta abordagem inovadora possa:

  • Reduzir infecções secundárias
  • Acelerar o processo de recuperação dos pacientes

Além do foco no tratamento imediato, o projeto visa mapear as incapacidades físicas e neurossensoriais provocadas pelo envenenamento. O objetivo é entender como essas sequelas impactam a qualidade de vida dos pacientes a longo prazo.

“Quero chamar atenção para este tema, pois precisamos de políticas públicas que ajudem a garantir melhor qualidade de vida para os pacientes. Este problema é importante não apenas para a Amazônia, mas para todo o Brasil”, destaca a pesquisadora.

Representatividade e desafios da mulher na ciência

Enfermeira de formação, Jacqueline Sachett seguiu a carreira científica motivada pelo desejo de deixar um legado, formar novos pesquisadores e melhorar o cuidado com pacientes vulneráveis.

Atuando em uma área historicamente dominada por homens, ela comenta os desafios enfrentados pelas mulheres na ciência, principalmente na conquista de espaços de liderança:

“Muitas vezes, a opinião feminina não tem o mesmo peso. Precisamos lutar para sermos ouvidas”.

Cientistas como Ana Moura e Fan Hui, do Instituto Butantã, servem de inspiração e influenciam diretamente sua trajetória.

O reconhecimento para a Amazônia

Para Jacqueline, o reconhecimento do prêmio tem um significado ainda maior por atuar na região Norte, onde o acesso a recursos para pesquisa costuma ser mais limitado.

“Fiquei muito emotiva ao receber a notícia. Sinto que represento a Amazônia em um tema de pesquisa negligenciado, que afeta principalmente pessoas de baixa renda, trabalhadores rurais e populações tradicionais. Essa visibilidade abre portas e fortalece novas parcerias”, celebra.

Sobre o prêmio Para Mulheres na Ciência

O prêmio Para Mulheres na Ciência é uma iniciativa global do Grupo L’Oréal em parceria com a UNESCO e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) que reconhece e apoia a excelência de cientistas brasileiras em diversas áreas do conhecimento.

  • Grupo L’Oréal no Brasil: A companhia completou 65 anos em 2024 e é uma das líderes no mercado de beleza brasileiro, com um portfólio de 22 marcas no país.
  • Compromisso: A iniciativa reforça o compromisso da empresa com a diversidade, equidade e o desenvolvimento de pesquisas de impacto social no Brasil.

FSB Comunicação

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