Preocupação com meio ambiente se estende a projetos arquitetônicos

Foto: Divulgação

A preocupação com o meio ambiente tem levado muitos brasileiros a avaliar hábitos que fazem parte da sua rotina. Separar o lixo para reciclagem e o aproveitamento total de alimentos são algumas das ações que passaram a fazer parte desse estilo de vida mais consciente. A sustentabilidade tem ganhado destaque também no cotidiano de profissionais, principalmente os arquitetos e urbanistas, que atuam tanto na seleção de materiais para trabalho quanto na criação de projetos inovadores.

Segundo o Conselho Internacional da Construção (CIB), o setor é o que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva. Além dos efeitos que isso provoca, ainda gera considerável volume de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto de atividades humanas sejam provenientes da construção.

“Por isso, o papel do arquiteto e urbanista, na autoria e à frente da gestão de projetos mais sustentáveis, é extremamente importante, para amenizar impactos ao meio ambiente e promover bem-estar, tanto individual quanto coletivo”, destaca a mestre em Ciências e Meio Ambiente e professora da Faculdade Santa Teresa, a arquiteta e urbanista Christina Mello.

Ela explica que esse trabalho não é realizado pelo profissional somente a partir da produção arquitetônica, mas que começa pelo estudo de viabilidade do empreendimento, da topografia natural do terreno, meio ambiente do local e entorno, e até os impactos de quem conviverá com o espaço, durante toda a sua vida útil.

“O projeto deve ter um DNA sustentável, desde sua concepção inicial. Isso implica em alguns condicionantes a mais para a concepção de diretrizes projetuais, além dos tradicionais princípios vitruvianos. Esse conceito da  arquitetura se baseia no equilíbrio da beleza, firmeza e utilidade”, explica a professora da Faculdade Santa Teresa.

Nessa tríade, são incorporados, por exemplo, a utilização da iluminação natural e energia solar, a padronização na definição dos métodos construtivos, visando produzir edifícios flexíveis e de fácil demolição, além da estética de um ambiente que transmite a paz, e que possui o estilo eco-friendly e o up-cycling, adotando materiais reciclados ou recicláveis.

Cabe também ao arquiteto a gestão eficiente dos resíduos sólidos gerados durante e pós-obra, com escolhas de materiais que causem o mínimo de impacto social e ambiental, desde a sua produção, utilização e descarte. Daí a importância de projetar ambientes flexíveis o suficiente para minimizar o descarte de entulhos em reformas futuras.

“O projeto também precisa levar em conta o comportamento dos usuários do espaço, pois isso vai implicar diretamente no padrão de consumo de água e energia, assim como a demanda de desempenho térmico, as atividades que serão realizadas no espaço, a quantidade de frequentadores, o tempo e período de permanência nos ambientes projetados”, ressaltou Christina.

Ela enfatiza que é necessário entender como o meio ambiente do entorno da edificação afeta as diretrizes projetuais, caso contrário, não há como se atingir a sustentabilidade de fato, do empreendimento.

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