
A comunidade Nova Jerusalém do Acará, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Amanã, em Maraã (a 634 quilômetros de Manaus), realizou com sucesso sua primeira pesca manejada do pirarucu. Com o apoio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), a comunidade alcançou um faturamento bruto de R$ 57 mil.
A atividade de pesca sustentável, que visa a conservação e o desenvolvimento econômico local, foi autorizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) em setembro deste ano.
Resultados da pesca e impacto econômico
A pesca manejada começou em 26 de outubro e foi concluída na última sexta-feira (31/10), ao atingir a cota experimental de 160 pirarucus estabelecida pelo Ibama.
- Participação: O projeto mobilizou 48 pescadoras e pescadores da comunidade.
- Volume total: A captura alcançou mais de 9,5 toneladas de pescado.
- Monitoramento: A atividade foi acompanhada por profissionais do Idam, garantindo que a cota estabelecida fosse cumprida com rigor.
A engenheira de pesca Maria José Mendonça destacou que o resultado demonstra o potencial da atividade para gerar renda e valorizar a organização comunitária.
Rigor e controle na pesca sustentável
A pesca do pirarucu manejado é uma atividade altamente regulamentada. De acordo com as condicionantes da autorização emitida pelo Ibama, o processo de transporte e monitoramento é rigoroso:
- Os peixes capturados na Unidade de Manejo Sustentável de Pirarucu (UMP) devem ser lacrados.
- O transporte deve ser acompanhado da autorização de captura e de planilhas de monitoramento biométrico preenchidas, que registram informações como tamanho, sexo e estádio gonadal do peixe.
Capacitação e preparo da comunidade

O sucesso da pesca é resultado de um trabalho de longo prazo. Em setembro, na ocasião da entrega da autorização, o Idam, em conjunto com a Secretaria do Estado do Meio Ambiente (Sema), ofereceu um curso fundamental:
- Treinamento: O curso abordou o “Monitoramento e Boas Práticas de Manipulação do Pescado”.
- Prática: Foram ensinadas técnicas de pré-beneficiamento do pirarucu (como lavagem, sangria, evisceração e pesagem) e a inserção do lacre.
- Inclusão: Todas as informações coletadas foram inseridas na ficha de monitoramento, sendo o processo realizado por monitores da própria comunidade que estavam sendo treinados, garantindo a autogestão da atividade.











