Parlamentar aponta falhas na segurança e exige cumprimento de promessas feitas à PM

Deputado estadual Wilker Barreto - Foto: Daniel Santos

Nesta quarta-feira (23), o deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza) denunciou, da tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o que classificou como um colapso nas forças de segurança do Estado. Segundo ele, a Polícia Militar do Amazonas (PMAM) atravessa “o pior momento da sua história”. O parlamentar voltou a cobrar do governador Wilson Lima o cumprimento da promessa de convocar os 500 aprovados restantes no concurso da PM realizado em 2022.

Durante Sessão Ordinária, Barreto destacou o histórico déficit de efetivo da PM, o maior já registrado no Amazonas. Ele criticou a decisão do governo de convocar apenas metade dos aprovados no certame, apontando a falta de ação como um risco direto à segurança da população.

“A Polícia Militar vive, sem dúvida, o seu pior momento. Temos uma tropa desmotivada, adoecida, desvalorizada e mal equipada. Com esse cenário, não há como oferecer um serviço de segurança digno à sociedade”, afirmou.

Cobrança pela convocação dos concursados

Wilker reforçou a cobrança ao governador para que honre o compromisso público de convocar os demais aprovados no concurso de 2022. O certame ainda está vigente até o dia 2 de maio, podendo ser prorrogado por mais dois anos, o que, segundo o deputado, dá tempo suficiente para o governo cumprir a promessa.

“Precisamos urgentemente aumentar o efetivo da PM. O déficit atual é o pior da história. E não podemos aceitar a justificativa de falta de recursos, quando os dados do próprio Estado mostram arrecadações crescentes. Segurança, saúde e educação são pilares da gestão pública”, questionou.

Críticas à possível mudança na Lei de Promoções

O deputado também alertou para as condições enfrentadas pelos novos policiais já incorporados à corporação, relatando escalas abusivas e falta de suporte. Ele ainda denunciou a existência de uma minuta que pretende alterar a Lei nº 4.044/2014, que rege as promoções dentro da PM, enfraquecendo o critério da meritocracia.

“Os novos policiais estão sendo sobrecarregados. E agora há uma proposta de mudança na lei das promoções que poderá tornar o mérito irrelevante, favorecendo apenas quem bajula superiores. Isso é um golpe na motivação da tropa”, criticou.

Gestão e prioridades equivocadas

Wilker também rebateu a justificativa do governo sobre a falta de orçamento para convocar os 500 concursados restantes, atribuindo o problema à má gestão e à falta de prioridades.

“Se o governo quiser, encontra os recursos. É só rever contratos como o da telemedicina, de R$ 197 milhões, que o SUS já cobre. Ou cortar os mais de R$ 200 milhões gastos em publicidade, os penduricalhos e as gorduras do orçamento. Falta é vontade de priorizar o que o povo realmente quer: segurança, saúde e educação”, disparou.

Por fim, o parlamentar responsabilizou a má gestão do Executivo pela crise enfrentada pela segurança pública. Ele denunciou ainda que há quatro anos o Estado não paga a data-base nem o auxílio fardamento aos policiais, fatores que contribuem para o adoecimento e a desmotivação da categoria.

“O que estamos vendo é reflexo de uma gestão desastrosa. A tropa está adoecida, sem valorização, sem estrutura e sem reconhecimento”, concluiu.

Por Beatriz Souza

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