O número bilionário que coloca Manaus à frente de capitais do Sul e Nordeste

Foto: Bruno Leão/Sedecti

Os dados consolidados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgados nesta sexta-feira, 19/12, trazem uma confirmação importante sobre a força da capital amazonense. Com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 127,6 bilhões, Manaus garantiu a sexta posição no ranking nacional, superando potências das regiões Sul e Nordeste. Esse resultado não é apenas um número em uma planilha, mas o reflexo direto da resiliência do Polo Industrial de Manaus (PIM), que mesmo diante de crises climáticas severas, consegue sustentar o motor econômico do Estado.

A potência do PIM como pilar nacional

Ocupar o sexto lugar em um país com mais de cinco mil municípios é um feito nacional expressivo. Manaus está atrás apenas de gigantes como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e a cidade de Maricá, que vive um fenômeno específico devido aos royalties do petróleo. O desempenho manauara mostra que o modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) continua sendo um dos principais vetores de geração de riqueza e emprego no Brasil.

Em 2023, ano base deste levantamento da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), a economia local enfrentou uma das piores estiagens da história. O fenômeno dificultou a logística de insumos, mas o crescimento nominal de 12,5% da capital demonstra que a articulação entre o setor público e a indústria foi capaz de manter a produtividade em alta.

A concentração de riqueza e o papel dos municípios

Embora os números sejam motivo de celebração, eles também acendem um alerta sobre a concentração econômica. A capital concentra quase 79% de todo o PIB do Amazonas. Quando olhamos para a Região Metropolitana de Manaus (RMM), esse número salta para mais de 85%, deixando apenas uma pequena fatia da riqueza para os outros 49 municípios do Estado.

No interior, o ranking dos maiores PIBs é liderado por cidades que possuem vocações muito específicas:

  1. Manaus: R$ 127,6 bilhões (Polo Industrial e serviços).
  2. Coari: R$ 3,89 bilhões (Petróleo e gás).
  3. Itacoatiara: R$ 3,32 bilhões (Agroindústria e logística portuária).
  4. Manacapuru: R$ 1,91 bilhão (Comércio e produção primária).
  5. Parintins: Polo consolidado em serviços, cultura e turismo.
  6. Tefé: Centro estratégico de serviços e comércio no Médio Solimões.
  7. Iranduba: Impulsionado pelo setor de construção civil e olaria.
  8. Manicoré: Destaque na produção agropecuária.
  9. Presidente Figueiredo: Forte atuação em mineração, energia e turismo.
  10. Humaitá: Relevante polo agropecuário e logístico no sul do Amazonas.

O que esperar para o futuro da economia amazonense

Os dados reforçam a necessidade urgente de fortalecer as cadeias produtivas no interior para reduzir a dependência exclusiva de Manaus. O crescimento de 11,47% no PIB estadual total é um indicador de que o Amazonas está no caminho certo, mas a sustentabilidade desse crescimento a longo prazo depende de inovação tecnológica e de uma logística mais robusta.

A pujança de Manaus é o que garante o equilíbrio fiscal do estado hoje, mas o verdadeiro desenvolvimento social virá quando os municípios vizinhos conseguirem elevar suas participações, transformando o Amazonas em um estado economicamente mais equilibrado.

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