Novo antibiótico contra ‘superbactérias’ entra em ensaios clínicos

Infecções de bactérias resistentes à antibióticos podem matar até 10 milhões de pessoas até 2050, diz OMS - Foto: Shutterstock

Um novo antibiótico, com o nome provisório de QPX9003 e busca atender uma necessidade médica urgente, que é o combate às superbactérias, entrou em testes clínicos de Fase 1. A droga candidata foi descoberta por pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, e os ensaios estão sendo realizados nos Estados Unidos. Agora, resta saber se elas realmente serão eficazes contra esses microrganismos que causam infecções e são resistentes a antibióticos conhecidos.

Os testes foram iniciados pela empresa biofarmacêutica estadunidense Qpex Biopharma, que trabalhou em colaboração com a Monash para impulsionar o desenvolvimento clínico do medicamento. O QPX9003 foi descoberto por cientistas do Instituto de Ciências Farmacêuticas de Monash (MIPS) e do Instituto de Descobertas em Biomedicina (BDI).

A droga é uma polimixina sintética de última geração de aplicação intravenosa para o tratamento de infecções por superbactérias Gram-negativas. Apesar dos resultados preliminares animadores, é preciso cautela, já que nenhuma nova polimixina foi aprovada desde que a polimixina B e a colistina foram aceitos e se tornaram disponíveis, o que aconteceu no final da década de 1950.

Problemão

As superbactérias Gram-negativas já são consideradas uma crise de saúde global, podendo causar infecções graves na corrente sanguínea e no trato urinário, além de pneumonia, peritonite e meningite. A Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a declarar que  novos antibióticos que sejam eficazes contra as superbactérias são urgentemente necessários, já que essas infecções bacterianas podem ter o potencial de matar até 10 milhões de pessoas até 2050.

“Esta é uma conquista notável para nossa equipe, levar um medicamento desde o conceito para a clínica”, declarou o professor da Monash, Jian Li, ao Medical Xpress. “O QPX9003 mostra uma segurança e eficácia significativamente melhoradas em relação aos antibióticos polimixina usados ​​atualmente em estudos pré-clínicos, em particular para infecções pulmonares”, completou o pesquisador.

Para a Qpex, este candidato clínico conta com o apoio de cientistas líderes internacionais na pesquisa de polimixina e tem o potencial de ser o melhor medicamento desta classe contra as superbactérias. “Este programa aborda as ameaças globais graves e urgentes de resistência aos antibióticos em tempo hábil. Esperamos avançar o QPX9003 por meio do desenvolvimento global com nossos parceiros”, disse o CEO da empresa, Michael Dudley.

Os direitos de uso de todo o portfólio de antibióticos sintéticos da Monash foi licenciado exclusivamente para a Qpex para direitos mundiais de desenvolvimento e comercialização desses medicamentos em vários territórios ao redor do mundo.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2021/06/21/medicina-e-saude/novo-antibiotico-contra-superbacterias-entra-em-ensaios-clinicos/

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