A aguardada finalização do tratado comercial entre o Mercosul e a União Europeia ganhou um novo horizonte. Diplomatas europeus indicaram que a cerimônia oficial de assinatura está prevista para o dia 12 de janeiro. O evento deve ser realizado em solo paraguaio, coincidindo com o período em que o país vizinho assume a liderança rotativa do bloco sul americano.
O cronograma original sofreu alterações de última hora devido a barreiras políticas internas no continente europeu. A França mantém uma postura rígida contra o projeto, motivada por intensos protestos de seus produtores rurais. Além disso, a Itália apresentou questionamentos técnicos que impediram o alcance da maioria qualificada necessária para a validação do texto.
Para que o acordo avance, é fundamental o apoio de pelo menos 15 países membros que representem 65 por cento da população da União Europeia. Como essa meta não foi atingida na última sexta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, solicitou um tempo adicional. Ela classificou o atraso como um ajuste pontual e busca agora criar salvaguardas que garantam compensações aos agricultores europeus.
Liderança paraguaia exige agilidade nas definições
Apesar do tom otimista vindo de Bruxelas, o governo do Paraguai adota uma postura de cautela. O ministro das Relações Exteriores, Rubén Ramírez, afirmou que ainda não houve uma notificação oficial sobre a cerimônia de janeiro. Ele relatou ter conversado com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e ambos confirmaram que não receberam comunicados formais sobre a nova data até o momento.
O Paraguai assume a presidência do Mercosul em um momento de pressão por resultados. Durante os encontros realizados em Foz do Iguaçu, os representantes dos países sul americanos enviaram um alerta claro aos parceiros europeus. Eles reforçaram que, embora entendam os trâmites institucionais da Europa, a disposição para esperar não é infinita.
Expectativas para as próximas negociações
O foco das próximas semanas será convencer os governos de Paris e Roma sobre os benefícios do pacto. Funcionários da União Europeia acreditam que o diálogo sobre proteções agrícolas pode destravar o caminho para a assinatura definitiva. Se o prazo de 12 de janeiro for cumprido, o tratado encerrará décadas de negociações e dará início a uma das maiores áreas de livre comércio do planeta.
