
A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) realizou uma importante capacitação em Tabatinga (a 1.108 km de Manaus), com foco no manejo da espécie de morcego Desmodus rotundus. O treinamento, encerrado nesta quinta-feira (23/10), visa fortalecer a prevenção e o controle de zoonoses, especialmente em áreas indígenas e ribeirinhas do Alto Rio Solimões.
A atividade, promovida pela Gerência de Zoonoses da FVS-RCP, reuniu profissionais de seis municípios e distritos indígenas, incluindo Amaturá, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Tabatinga e Tonantins, além de técnicos do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Solimões e Vale do Javari.
Foco na prevenção da raiva silvestre
O morcego da espécie Desmodus rotundus é classificado como hematófago, ou seja, alimenta-se de sangue, podendo transmitir o vírus da raiva por meio da saliva ao morder tanto animais quanto humanos. A prevenção da raiva humana de transmissão silvestre é uma das maiores prioridades na região.
O médico veterinário de Zoonoses da FVS-RCP, Deugles Cardoso, reforça que a captura e o controle desses morcegos são “medidas fundamentais para proteger a saúde pública na região”.
A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, destaca o duplo propósito do treinamento:
“O manejo adequado e o controle populacional desses animais, por meio da captura, são medidas preventivas essenciais para evitar incidentes e proteger a saúde das comunidades. Ao mesmo tempo, essas ações devem respeitar o equilíbrio ambiental, razão pela qual a troca de conhecimento técnico é tão importante.”
Relevância para comunidades isoladas
O treinamento prático e didático foi elogiado pelos participantes. Eduardo da Silva, médico-veterinário da Semsa de Atalaia do Norte, que atua na região do Vale do Javari, destacou a importância do aprendizado:
“A realização dessa capacitação é fundamental, pois na região são frequentes as agressões e espoliações causadas por morcegos hematófagos, tanto em áreas ribeirinhas quanto em comunidades indígenas. O curso foi um momento importante de aprendizado, por unir teoria e prática no manejo desses animais, especialmente da espécie Desmodus rotundus.”
A capacitação visa garantir que os profissionais de saúde e vigilância da região estejam atualizados nas práticas mais eficazes para a vigilância e o controle, protegendo a população que vive mais próxima do ambiente silvestre.











