
Outubro é o Mês da Conscientização em Segurança Cibernética, um período dedicado a alertar sobre a importância da prevenção contra ataques digitais. O tema se torna cada vez mais urgente no Brasil, que enfrenta um cenário de risco elevado.
Segundo a Check Point Research, o país registrou uma média alarmante de 2.831 ataques cibernéticos semanais por organização no segundo trimestre de 2025. O avanço da digitalização corporativa, embora traga crescimento, também expõe vulnerabilidades críticas, principalmente entre pequenas e médias empresas (PMEs).
Cibersegurança: cultura e prática diária
Especialistas reforçam que a defesa digital não é apenas tecnológica, mas sobretudo cultural. O fortalecimento da cibersegurança exige capacitação contínua, atualização de protocolos e engajamento de todos os colaboradores.
Fernando Dulinski, CEO do Cyber Economy Brasil, ressalta que a conscientização deve ultrapassar a data comemorativa e se integrar às práticas recorrentes das empresas:
“O mês de conscientização é um lembrete importante para as empresas revisarem suas posturas diante de ameaças digitais, mas o verdadeiro impacto acontece quando empresas integram a segurança cibernética ao seu dia a dia. Isso significa proteger sistemas, dados e, principalmente, a confiança do cliente”, afirma Dulinski.
Ameaça ao usuário comum e a LGPD
O cenário de risco se estende do ambiente corporativo ao usuário comum, exigindo uma linha de defesa mais robusta em todos os níveis.
Paulo Lima, CEO da Skynova, analisa:
“Não são apenas as empresas que sofrem com os ataques, a população também tem sido cada vez mais alvo de golpes virtuais, como fraudes financeiras, roubo de identidade e vazamento de dados pessoais. No cenário atual de ataques cibernéticos cada vez mais sofisticados e frequentes, a conscientização é a primeira linha de defesa. É preciso investir em educação digital, políticas de segurança e tecnologias de proteção para criar uma cultura de segurança sólida, ágil e resiliente.”
Além disso, a legislação obriga as empresas a agirem de forma responsável e preventiva, como destaca Ricardo Maravalhas, CEO e fundador da DPOnet.
Com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) em vigor, todas as organizações – sem distinção de porte – devem garantir o tratamento adequado dos dados para evitar grandes prejuízos.
“A LGPD não distingue o porte da empresa. Todas, desde as PMEs (Pequenas e Médias Empresas) até as gigantes, devem ter responsabilidade com dados pessoais o ano inteiro, integrando seus departamentos, além de oferecer treinamentos continuados para os colaboradores e fortalecer a cultura de conscientização. Com uma atuação preventiva, as empresas ficam menos vulneráveis a ataques e prejuízos, seja em razão de sanções legais, seja de impactos financeiros, como multas e perdas de clientes”, conclui Maravalhas.
Barbara Molina | PiaR Group