
Por Juscelino Taketomi
Durante vários anos frequentei o centro espírita Cedecom, no bairro do Manôa, Zona Norte de Manaus, e lembro-me com muita alegria das tardes em que nos reuníamos no clima de uma cidade que parecia girar devagar sob o peso invisível dos mistérios que espreitam nas margens do mundo.
Manaus, como poucos lugares do planeta, guarda camadas de tempo e realidade sobrepostas e eu, como jornalista e buscador das coisas ocultas, pressentia que ali, naquela casa simples de orações, um véu se levantaria.
Foi lá, no Centro Espírita Sagrado Coração de Maria, que vivi eventos grandiosos com o médium Antônio Barreiros e outros bons companheiros, como Isaías Oliveira, Ivanete, Débora e Isa. Antônio, a princípio, não parecia alguém que cruzasse portais para outras dimensões. Mas ele era, e certamente continua sendo, um grande canal entre mundos.
Barreiros me falou de Meín, um ser intraterreno que vinha se comunicando com frequência crescente através de sua mediunidade. Um nome curto, vibrante, direto. Meín. Segundo ele, não era um espírito desencarnado comum. Era um mestre de um outro plano, um outro mundo que coexistia com o nosso, mas oculto sob nossos pés.
Movido por um misto de ceticismo jornalístico e intuição cósmica, decidi propor algo inusitado: escrever uma entrevista para Meín. Redigi perguntas como se ele fosse um ministro de uma civilização escondida, um sábio exilado em alguma biblioteca subterrestre do planeta. Entreguei-as a Barreiros e aguardei.
Uma semana depois, o médium me entregou as respostas devidamente digitalizadas. Repostas diretas, profundas, espantosamente articuladas. E cheias de uma firmeza que não combinava com elucubrações vagas. Era como se alguém, de fato, estivesse prestando contas de um plano maior, de uma verdade que nos é negada por conveniência ou medo.
De acordo com Meín, há muito mais sob nossos pés do que raízes e rochas. A Terra, tal como ensinada nas escolas, é apenas a crosta de um organismo vivo, multidimensional, que pulsa em diferentes frequências. Por entre as camadas do manto terrestre, escondem-se passagens, cidades, consciências e portais. E, acima de tudo, um sistema de vida baseado em leis distintas das leis da superfície.
Um espaço intermediário
Para Meín, o mundo intraterreno não é exatamente físico, tampouco meramente espiritual. É um espaço intermediário, situado entre o visível e o invisível, aquilo que os antigos chamavam de plano etérico denso. Nele vivem raças remanescentes de eras anteriores ao dilúvio, à Lemúria, à Atlântida e mesmo à atual história conhecida da humanidade.
Meín detalha o mundo intraterreno como um “intervalo no espaço-tempo”, referido como dimensão, onde o campo vibracional orbita de forma mais acelerada. Essa aceleração vibracional resulta em uma massa menos densa para seus habitantes, cuja energia é mais sutil.
A necessidade de proteção contra a radiação solar leva esses seres a buscar abrigo sob a superfície planetária, assim como fariam em outros corpos celestes como a Lua, Marte e Júpiter.
A vida intraterrena é posicionada nas quarta e quinta dimensões, dependendo da estrela em órbita e do nível de radiação, o que influencia a localização de suas moradias. É um sistema de vida material mais rarefeita. A Terra possui inúmeras cidades intraterrenas em todos os polos, que são considerados centros de força ou chakras planetários.
Entre as cidades, seis grandes se destacam por coordenar as atividades mantenedoras das demais, funcionando como uma governança.
As maiores cidades são Shambalah e Agartha, mas sua localização geográfica é desconhecida para evitar uma “corrida” e a interferência psíquica do povo da superfície, que poderia corromper seu equilíbrio. A população intraterrena equivale a dois terços da população que vive na crosta.
Sobre a constituição dos corpos, Meín afirma que todos são matéria, sendo a densidade o fator determinante, não a forma de vibração.
Papel dos povos
Na Intraterra há os povos reptilianos, estigmatizados como terríveis pelos habitantes da superfície. Na Intraterra trabalham no campo da natureza, utilizando seu conhecimento científico para colher e estudar plantas, vegetais e animais, produzindo novas formas e reintroduzindo-as.
O caráter dos reptilianos é atribuído a características culturais incorporadas que passam de uma raça para outra. Alguns desses povos realizam estudos mais elaborados utilizando pessoas, visando o desenvolvimento de novas raças e a melhoria de todos.
Meín reconhece que existem disputas de poder nas cidades intraterrenas, embora não da mesma forma que na superfície. A busca pela melhoria é comum a todos, e quem possui mais recursos para isso é mais bem visto.
A interação entre intraterrenos e extraterrestres nas regiões intra oceânicas ocorre com naturalidade, com respeito ao trabalho de cada um e cooperação para o êxito das ações.
Incompatibilidade vibratória
De acordo com Meín, a escolha de viver no interior da Terra não é só por encontrar paz e harmonia em ambientes considerados inóspitos pela superfície, mas principalmente devido à incompatibilidade vibratória.
Estando em um campo vibracional próximo ao da superfície, eles sofriam interferências psíquicas. Essa foi a razão primordial para o mergulho dimensional há mais de 800 mil anos, segundo a cronologia terrena. Somente aqueles que possuíam condições morais e intelectuais evoluídas conseguiram transpor essa faixa vibratória. Os demais permaneceram na superfície, alguns passando por mutações orgânicas.
Conforme Meín, o alto nível de desenvolvimento científico e tecnológico intraterreno levanta a questão da origem de objetos voadores não identificados (OVNIs). Ele afirma que OVNIs e OSNIs (Objetos Submarinos Não Identificados) podem ter origem na Intraterra ou em raças confederadas. Os “discos voadores” são alguns de seus recursos para locomoção.
Esses veículos são hermeticamente pressurizados, desprovidos de gravidade e utilizam impulso magnético para deslocamento, podendo navegar em qualquer ambiente terreno.
Meín descarta a possibilidade de OVNIs se originarem de áreas secretas nos Estados Unidos, pois considera a nação “corrompida” e indigna de tais recursos. Algumas tecnologias americanas teriam sido negociadas com seres inescrupulosos.
Sistemas avançados
Os sistemas de saúde, educação, cultura e infraestrutura na Intraterra são altamente avançados, diz Meín. As crianças crescem com um nível de ensino que supera a ciência da superfície, graças à leitura mental/telepática que permite compreensão e retenção de todas as ciências.
Culturalmente, são guiadas para a prática do amor e a crença no Arquiteto Maior do Universo. A estrutura urbana é mantida pelo estado equilibrado da população e pela edificação mental, unida à matéria-prima primordial.
Meín confirma que preciosos conhecimentos científicos e tecnológicos de civilizações como Atlântida e Lemúria estão guardados no interior da Terra.
Eles carregam toda a história e sabedoria do planeta em seu DNA, posicionando-se como mantenedores da vida. No entanto, o homem da superfície não possui as virtudes necessárias para desfrutar ou evoluir com esses conhecimentos.
Desmistificando Richard Byrd
Meín desmistifica a viagem do contra-almirante Richard E. Byrd ao interior do planeta em 1947. Para ele, tal evento não ocorreu, pois os intraterrenos vivem em um plano que olhos humanos não conseguem enxergar/captar. Portanto, Byrd não poderia tê-los avistado ou tido contato.
A menção de que o voo de Byrd foi acompanhado por aparelhos similares a discos voadores é comentada com a afirmação de que, se tivesse ocorrido um contato (o que não houve), ele teria sido escoltado por drones de reconhecimento e defesa, que teriam destruído a aeronave para impedir o contato.
A ideia de que o governo americano conhece a rota para Agartha ou teve contato com o Grande Conselho é considerada uma estratégia para confundir opositores e aparentar maior poder, sustenta Meín.
A alegação de que um mestre intraterreno advertiu Byrd sobre a tecnologia nuclear e previu tempos difíceis também é negada. Contudo, a comunicação sobre o mal que o artefato nuclear pode trazer para a humanidade é relatada aos irmãos da crosta. A “era negra”, caracterizada pelo aumento de guerras e conflitos, já existe.
Polos e contato mental
A existência dos polos Norte e Sul é confirmada por Meín, sendo as âncoras magnéticas que sustentam o planeta. A pressão gravitacional nos polos causa o achatamento, proporcionando maior equilíbrio à Terra. A alta temperatura do núcleo planetário não os afeta, pois estando em uma aceleração vibratória maior, não sofrem com esses eventos.
Os intraterrenos mantêm contato mental com a crosta há milênios para acompanhar o progresso, erros e a degradação da humanidade, decorrentes da imaturidade e desequilíbrio moral e ético. O objetivo dessas manifestações é passar conhecimentos morais e científicos para possibilitar a evolução da espécie dentro do perfil programado para a nova raça.
Meín avalia a transição planetária como o marco de uma nova história, onde os homens da superfície são vistos como “anjos decaídos” que não desenvolveram sua moral.
A mensagem de Meín aos povos da superfície é um pedido para que analisem suas ações pelo progresso da espécie e pelo bom acolhimento planetário. Ele lamenta que muitos perderam a oportunidade de crescer devido ao desequilíbrio.
A ciência, para alcançar o equilíbrio, precisa “unir a lógica, a razão e o amor”, formando uma fraternidade. O caminho para isso é conhecido, e segui-lo leva à integração do Eu com o Criador e a criatura, encontrando o “paraíso procurado”.