Muitos cristãos carregam dúvidas sobre questões que não são tratadas de forma explícita nas Escrituras e a masturbação é, sem dúvida, uma das perguntas mais frequentes nos bastidores das igrejas e nos buscadores da internet.
Embora seja um tabu para muitos, é necessário abordar o assunto com clareza e maturidade espiritual. Diferente de outros pecados listados nominalmente nos textos bíblicos, o ato de se masturbar não é mencionado diretamente na Bíblia. Não há um versículo que diga “não te masturbarás”.
No entanto, o silêncio sobre o termo técnico não significa ausência de direção. A teologia cristã nos convida a analisar os princípios gerais que regem a vida de quem deseja seguir a Jesus. Para entender a visão bíblica sobre isso, precisamos olhar para o que a Palavra diz sobre o nosso corpo, a nossa mente e a santidade.
O corpo como santuário
O primeiro ponto de reflexão para o cristão é o entendimento de posse e propósito do próprio corpo. A cultura contemporânea costuma pregar que “meu corpo, minhas regras”, mas a perspectiva bíblica caminha em outra direção.
O apóstolo Paulo traz um ensinamento profundo ao questionar se os fiéis não sabem que o corpo é o templo do Espírito Santo, que habita neles e foi dado por Deus. O texto segue afirmando que ninguém pertence a si mesmo, pois todos foram comprados por um alto preço e que devemos usar o corpo para a glória de Deus (1 Coríntios 6:19,20).
Esse princípio sugere que qualquer atividade realizada com o nosso corpo deve passar pelo filtro da honra a Deus. A pergunta deixa de ser apenas se algo é proibido e passa a ser se aquilo edifica ou glorifica a Deus.
A busca pela pureza e o autocontrole
Outro aspecto fundamental é a santificação. A Bíblia orienta os cristãos a viverem de uma maneira que se afaste da imoralidade sexual.
É dito que a vontade de Deus é a santificação e que os fiéis devem se abster da imoralidade sexual. O texto orienta que cada um saiba controlar o próprio corpo de maneira santa e honrosa, não dominado por paixões desenfreadas, como fazem aqueles que não conhecem a Deus (1 Tessalonicenses 4:3-5).
Aqui o foco recai sobre o domínio próprio. A prática da masturbação muitas vezes pode estar associada a uma falta de controle sobre os impulsos ou a uma busca por satisfação que ignora o propósito sagrado da sexualidade desenhado pelo Criador.
A batalha acontece na mente
Talvez o ponto mais sensível dessa discussão não seja apenas o ato físico, mas o que acontece na mente durante o processo. É difícil dissociar a prática da masturbação de pensamentos lascivos ou do consumo de pornografia, o que configura o pecado da cobiça e da impureza mental.
A orientação bíblica para a saúde mental e espiritual é clara quanto ao tipo de conteúdo que devemos alimentar. A instrução é para que os irmãos encham a mente com tudo o que é verdadeiro, nobre, correto, puro, amável e de boa fama (Filipenses 4:8).
Se o ato leva a pensamentos que fogem desse padrão de pureza, ele entra em conflito com a busca por uma vida de santidade. O desafio cristão é manter a mente focada no que é digno, pois as ações externas são, na maioria das vezes, reflexos do que já está sendo cultivado no interior.
Conclusão
Embora a Bíblia não use a palavra masturbação, ela oferece um caminho seguro através dos princípios de domínio próprio, pureza mental e mordomia do corpo. O objetivo do cristão não é apenas seguir uma lista de regras, mas viver de forma que cada área da vida, inclusive a sexualidade, reflita o caráter de Cristo.
Fonte: https://www.bibliaonline.com.br/a/o-que-a-biblia-diz-sobre-se-tocar?b=ntlh
