
Em Manaus, a prematuridade atinge cerca de um em cada dez bebês nascidos, com nascimentos ocorrendo antes das 37 semanas de gestação. Na Semana da Prematuridade, que começou na segunda-feira (17/11), a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), enfatiza o papel crucial do pré-natal na prevenção do parto prematuro e na garantia de cuidados adequados aos bebês precoces, com acompanhamento nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
A enfermeira Janaína Terra, chefe do Núcleo de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente da Semsa, informou que a taxa de nascimentos prematuros na capital tem apresentado uma pequena redução.
- A taxa foi de 11,3% em 2024.
- Na parcial de 2025 (até o início de novembro), a taxa caiu para 11%.
“É uma taxa que se aproxima da média nacional, que é de 12%”, aponta a gestora.
De acordo com dados da Semsa, foram registrados 2.824 partos antes da 37ª semana de gestação neste ano (até 7/11), o que corresponde a 11% do total de nascimentos. Em 2024, foram 3.510 partos prematuros (11,3% do total).
Cuidados e acompanhamento na atenção primária
Janaína Terra explica que, mesmo que a maioria dos bebês precoces não precise de um longo período de internação em UTI, eles requerem atenção especializada após a alta da maternidade, com acompanhamento regular na rede básica de saúde.
“A criança prematura requer atenção maior do que uma criança nascida a termo. Ela deve ser preferencialmente acompanhada por um pediatra da Atenção Primária, que vai monitorar o desenvolvimento dela, tanto motor como cognitivo, e prover um cuidado especializado”, informa a enfermeira.
A Semsa conta com 35 unidades que oferecem atendimento com profissionais de pediatria para esse acompanhamento.
O papel essencial do pré-natal na prevenção
A servidora da Semsa ressalta o pré-natal como ferramenta vital para detectar e prevenir condições associadas à prematuridade. O acompanhamento regular das gestantes na rede básica inclui orientações, consultas e exames que protegem a saúde da mãe e do bebê.
Fatores de risco que podem ser prevenidos ou tratados durante um pré-natal bem conduzido incluem:
- Hipertensão gestacional não controlada.
- Infecção urinária não tratada ou tratada inadequadamente.
- Sífilis congênita.
Qualificação e método canguru
Como parte das estratégias para prevenir a prematuridade e reduzir a mortalidade materna e infantil, a Semsa, por meio da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher, realiza ações contínuas de qualificação das equipes de saúde.
“Os profissionais são capacitados para um acompanhamento mais qualificado, para detecção de sinais de alerta e estratificação de risco da gestação, de modo que uma gestante de alto risco possa ser logo encaminhada para a atenção especializada, quando necessário”, relata Janaína Terra.
As equipes também são regularmente capacitadas no método Canguru, um modelo de assistência ao recém-nascido prematuro e sua família, que se estende desde a gravidez de risco até a alta do bebê.
O método incentiva o contato pele a pele com os pais e sua participação ativa no cuidado do recém-nascido, desde a UTI. Segundo a chefe do Núcleo, o método “comprovadamente contribui para a evolução no quadro de saúde do bebê”.
Classificação da prematuridade e a lei
O período ideal de gestação é de 37 a 42 semanas. O nascimento antes da 37ª semana pode levar a riscos de saúde para o bebê, como baixo peso e complicações respiratórias.
Os níveis de prematuridade são:
- Prematuro tardio: 34 a 36 semanas.
- Prematuro moderado: 32 a 33 semanas.
- Muito prematuro: 28 a 31 semanas.
- Prematuro extremo: menos de 28 semanas.
A Semana da Prematuridade e o Dia Nacional da Prematuridade (17 de novembro) foram instituídos pela Lei nº 15.198, de 8 de setembro de 2025. A lei também criou o “Novembro Roxo”, mês dedicado ao enfrentamento do parto prematuro, com foco na prevenção, conscientização e na garantia dos direitos das crianças prematuras e suas famílias.
Assessoria de comunicação: Jony Clay Borges/Semsa











