Lula reage a aumento de tarifas dos EUA e cogita Lei da Reciprocidade

O petista esclareceu que a diplomacia brasileira se apoia no acionamento da Organização Mundial do Comércio como primeiro passo

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com integrantes do governo - Foto: Ricardo Stuckert/R

Em entrevista à TV Record, nesta quinta-feira, 10 de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que o Brasil busca uma reação conjunta com outros países impactados pelas tarifas elevadas pelos Estados Unidos. A proposta é apresentar um recurso à Organização Mundial do Comércio (OMC). O posicionamento de Lula surge um dia após Donald Trump, presidente norte-americano, anunciar um aumento de 50% nas tarifas aplicadas a produtos brasileiros.

O Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) já estão em contato com autoridades americanas. Lula esclareceu que o acionamento da OMC é o primeiro passo da diplomacia brasileira.

“Do ponto de vista diplomático, nós temos que recorrer à OMC”, disse Lula. Ele acrescentou: “Você pode, junto com a OMC, encontrar um grupo de países que foram taxados pelos Estados Unidos e entrar com um recurso na OMC. Se nada disso der resultado, vamos ter que fazer a Lei da Reciprocidade.”

Lula compara declarações de Trump e defende moedas locais no comércio

Durante a entrevista, Lula comparou a carta de Trump com declarações passadas, afirmando que a mensagem recente não foi mais severa que os discursos anteriores do republicano. Ele também relembrou as críticas de Trump ao debate sobre uma moeda alternativa ao dólar, discussão que ocorre entre os países do Brics.

O presidente voltou a defender novas possibilidades de comércio com diversos parceiros internacionais. Lula declarou que o Brasil não precisa utilizar dólares para negociar com países como Venezuela, Bolívia, Chile, Suécia, União Europeia e China, sugerindo que essas transações podem acontecer em moedas locais.

“Nós temos interesse de criar uma moeda de comércio entre os outros países”, declarou o presidente. “Eu não sou obrigado a comprar dólar para fazer relação comercial com a Venezuela, com a Bolívia, com Chile, com a Suécia, com a União Europeia, com a China. A gente pode fazer nas nossas moedas.”

Fonte: https://revistaoeste.com/politica/lula-parte-para-ofensiva-na-omc-contra-tarifas-de-trump/

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