
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmaram que deverão se reunir neste domingo, 26 de outubro, durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), que acontece em Kuala Lumpur, na Malásia.
O encontro bilateral é considerado crucial para tentar resolver a crise diplomática e comercial desencadeada pelo aumento das tarifas de importação de produtos brasileiros imposto por Washington.
Otimismo brasileiro e condições americanas
Em conversa com jornalistas nesta sexta-feira (24), em frente ao seu hotel na capital malaia, o presidente Lula manifestou otimismo em relação à reunião:
“Eu trabalho com otimismo que a gente possa encontrar uma solução. Vamos colocar na mesa os problemas e tentar encontrar uma solução. Então pode ficar certo que vai ter uma solução.”
Lula afirmou que, até o momento, não há exigências prévias estabelecidas por nenhuma das partes.
Por sua vez, o presidente Donald Trump confirmou o encontro a bordo do avião presidencial americano. Questionado sobre a possibilidade de rever o aumento das tarifas sobre produtos brasileiros, Trump sinalizou uma abertura, mas impôs uma condição: “Sob as circunstâncias certas”.
O foco da crise bilateral
Este será o primeiro contato oficial de alto nível entre os dois líderes desde que Trump assumiu a presidência e o primeiro encontro direto após o anúncio da sobretaxa.
O principal ponto de atrito entre os países é a decisão dos EUA de impor uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, que se somou à taxa de 40% já vigente desde agosto. A medida, que elevou as tarifas de importação de produtos brasileiros para até 50%, foi justificada por Trump com base em alegados desequilíbrios econômicos e divergências políticas, citando questões como o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e temas de liberdade de expressão.
O governo brasileiro, em resposta, chegou a assinar uma Medida Provisória (em 13/08/2025) estabelecendo um conjunto de ações para mitigar o impacto econômico da decisão americana.
Pauta aberta e soberania regional
Apesar de a reunião ter como objetivo primário criar um ambiente favorável à reaproximação diplomática e buscar alternativas para superar as divergências comerciais, o presidente Lula frisou que o encontro não terá restrições de pauta.
Assessores do presidente brasileiro indicam que, além da retirada das sanções e sobretaxas, Lula pode abordar as ações de Trump contra Venezuela e Colômbia. O presidente brasileiro já se manifestou contrário a qualquer tipo de intervenção em países sul-americanos e deve reafirmar sua defesa da “soberania regional” durante a conversa.
Os líderes já dialogaram anteriormente: em setembro, tiveram um encontro na Assembleia da ONU em Nova York, e no início de outubro, conversaram por telefone, quando Lula solicitou formalmente a retirada das tarifas.
Fonte: https://revistaoeste.com/politica/lula-diz-esperar-reuniao-com-trump-na-asia/











