
À medida que os rios da região Norte enfrentam níveis anormalmente baixos, o setor logístico que sustenta o Polo Industrial de Manaus (PIM) intensifica a adoção de medidas para mitigar os impactos da seca — cenário que se repete desde 2023 e continua sendo um desafio crítico em 2025.
Com a previsão de navegação reduzida nos principais portos hidroviários que abastecem Manaus, empresas vêm se antecipando por meio da antecipação de estoques e da instalação de terminais portuários temporários em pontos estratégicos como Itacoatiara (AM), medida que se mostrou eficaz durante a crise anterior.
Segundo especialistas, a seca extrema compromete a profundidade mínima de calado nos rios Negro, Solimões e Madeira. Isso eleva os custos com frete, por demandar uso de modais alternativos como rotas rodoviárias ou aéreas — modalidades com custo até 30 % maior. Essa necessidade de adaptação também inflaciona a cabotagem, causando impactos diretos no preço final dos produtos.
Interrupções logísticas
O CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas) estima que o cenário atual poderia causar interrupções logísticas de até dois meses.
O coordenador da Comissão de Logística, professor Augusto César Rocha, destaca que embora exista probabilidade de que a estiagem seja menos severa do que em 2023, há cerca de 20% de chance de se repetir ou agravar os efeitos anteriores. Ele também defende a expansão de rotas aéreas e a antecipação de produção como formas de resiliência.
Empresas como o terminal Chibatão, por sua vez, já trabalham no planejamento da reativação de um porto flutuante em Itacoatiara, que será mobilizado rapidamente caso as previsões se confirmem — assim como ocorreu em 2024, evitando paralisações no Polo Industrial.
Embora haja uma licitação impulsionada pelo governo federal para dragar o leito do rio Amazonas, especialistas alertam que medidas estruturais mais robustas são cruciais, já que a dragagem isoladamente não garante a resilência desejada.











