Líderes da esquerda regional se reúnem às pressas após ofensiva dos EUA no Caribe

A tensão diplomática nas Américas atingiu um novo pico neste fim de semana. Líderes regionais aliados ao governo de Nicolás Maduro realizaram uma cúpula de emergência neste domingo, dia 14 de dezembro, para condenar veementemente a recente ação dos Estados Unidos no Caribe. O estopim da crise foi a apreensão do navio petroleiro Skipper pela administração de Donald Trump, ocorrida na semana passada.

O encontro virtual reuniu chefes de Estado da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América, a ALBA. O bloco, que agrupa governos de esquerda da América Latina e do Caribe, utilizou a reunião televisionada para demonstrar unidade e repudiar o que consideram uma ofensiva imperialista de Washington contra a soberania venezuelana.

Líderes reagem com duras críticas

O tom da conversa foi de indignação. O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, foi um dos mais vocais durante a conferência. Ele classificou a interceptação do navio como “um ato vil de pirataria”, destacando a gravidade de uma potência estrangeira confiscar recursos em águas internacionais.

Na mesma linha, o líder da Nicarágua, Daniel Ortega, elevou a retórica e acusou diretamente os Estados Unidos de serem “ladrões”, reforçando a narrativa de que as sanções econômicas funcionam como uma ferramenta de apropriação indevida de recursos naturais da Venezuela.

Entenda o caso do navio Skipper

A operação norte-americana ocorreu na última quarta-feira, 10 de dezembro. O petroleiro Skipper foi interceptado na costa venezuelana e teve sua carga confiscada. O episódio marca um endurecimento significativo na política externa dos EUA, pois representa a primeira captura efetiva de uma carga de petróleo venezuelano desde que o regime de sanções foi imposto em 2019.

Para analistas internacionais, o movimento sinaliza que a Casa Branca decidiu passar das ameaças diplomáticas para a ação física, visando sufocar ainda mais a economia de Caracas.

Risco de apagão e crise regional

A apreensão do Skipper não é apenas um problema diplomático, mas um golpe logístico severo para a região. Cuba é a nação mais vulnerável nesse cenário. A ilha depende quase exclusivamente do petróleo enviado pela Venezuela para manter suas usinas termelétricas funcionando.

Com a rede elétrica cubana já operando no limite e enfrentando apagões frequentes, a interrupção desse fornecimento coloca o país à beira de um colapso energético. A queda drástica nas exportações de petróleo venezuelano, forçada por essa nova postura dos EUA, deve gerar um efeito cascata em todo o Caribe, pressionando economias que dependem da energia subsidiada pela Petrocaribe e pela aliança com Maduro.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/aliados-da-venezuela-expressam-apoio-apos-apreensao-de-petroleiro-pelos-eua/

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