Jovens indígenas vivem experiência que mudou a forma de enxergar a ciência no Amazonas

A ação é apoiada pelo Governo do Amazonas por meio do Programa de Popularização da Ciência da Fapeam - Foto: Arquivo pessoal/ Felipe Leão Gomes Murta

Estudantes da Escola estadual indígena Genésio Costódio Manoel, localizada em São Paulo de Olivença, vivenciaram uma experiência transformadora que uniu educação e saúde. A comunidade indígena Ticuna recebeu a primeira feira científica voltada para estratégias interativas de educação em saúde, com foco em doenças determinadas socialmente. A iniciativa contou com o apoio do Governo do Amazonas por meio da Fundação de amparo à pesquisa do estado do Amazonas (FAPEAM).

O evento reuniu 476 participantes e teve como objetivo despertar o interesse dos jovens pelo universo científico. Por meio do Programa de apoio à popularização da ciência, tecnologia e inovação no Amazonas (POP CT&I), a ação levou conhecimento especializado para uma região situada a 985 quilômetros de Manaus, fortalecendo o vínculo entre a academia e as comunidades tradicionais.

Ciência inclusiva e valorização da trajetória indígena

A coordenação do evento ficou a cargo do doutor Felipe Leão Gomes Murta, pesquisador da Fundação de medicina tropical doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Segundo o especialista, o suporte da Fundação de amparo à pesquisa do estado do Amazonas (FAPEAM) foi essencial para promover uma divulgação científica que respeite e inclua as populações indígenas.

Um dos momentos mais marcantes da feira foi a participação da pesquisadora Alícia Patrine Cacau dos Santos. Doutora em doenças tropicais e infecciosas pela Universidade do estado do Amazonas (UEA), Alícia compartilhou sua história como mulher indígena no campo da ciência. A trajetória dela serviu como um espelho para os alunos, que passaram a enxergar a universidade e a pesquisa como caminhos possíveis.

Felipe Leão destacou que o retorno dos estudantes foi imediato. Muitos relataram que nunca haviam imaginado a possibilidade de se tornarem cientistas, mas que as atividades abriram novas perspectivas acadêmicas e profissionais para o futuro daquela juventude.

Atividades práticas e foco na saúde da comunidade

Durante dois dias de programação intensa, os estudantes participaram de oficinas e dinâmicas interativas que abordaram temas urgentes para a região. O foco principal foram as doenças determinadas socialmente, que possuem forte relação com as condições de vida e saneamento.

  • Palestras educativas sobre malária, hanseníase, tuberculose e verminoses
  • Oficinas temáticas com demonstrações práticas de laboratório
  • Rodas de conversa sobre o funcionamento do vestibular e carreiras científicas
  • Orientações sobre o acesso ao ensino superior e bolsas de estudo
  • Debates sobre a educação como ferramenta de transformação social

A feira também proporcionou um espaço de reflexão sobre o papel do pesquisador na sociedade, desmistificando a figura do cientista e aproximando a teoria da realidade vivenciada na floresta.

O papel do programa POP CT&I na democratização do saber

A realização deste evento só foi possível graças ao Programa de apoio à popularização da ciência, tecnologia e inovação no Amazonas (POP CT&I). Esta linha de fomento da Fundação de amparo à pesquisa do estado do Amazonas (FAPEAM) prioriza a execução de projetos no interior do estado, buscando democratizar o acesso ao conhecimento técnico e científico.

O programa financia a produção de materiais educativos e a organização de eventos que fortalecem a política pública de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) do Amazonas. Ao investir em comunidades remotas, o governo estadual atua na redução de desigualdades e garante que o talento de jovens indígenas encontre as oportunidades necessárias para se desenvolver.

Assessoria de Comunicação: Marlúcia Seixas

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