Israel nega relatos de tiros contra civis em Gaza; soldados contradizem governo

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, desde 27 de maio, 549 pessoas perderam a vida e mais de 4 mil ficaram feridas nas imediações de centros de ajuda

Foto: EFE/EPA/MOHAMMED SABRE

549 pessoas perderam a vida e mais de 4 mil ficaram feridas nas imediações de centros de ajuda – Foto: EFE/EPA/MOHAMMED SABRE

Soldados israelenses relataram ao jornal Haaretz que receberam instruções para disparar contra civis que tentam obter assistência em Gaza, caracterizando a região como um “campo de extermínio”. Os relatos indicam que os tiros contra grupos desarmados, próximos a pontos de distribuição de alimentos, tornaram-se uma prática comum, mesmo na ausência de ameaças. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa, Israel Katz, refutaram essas alegações, chamando-as de “mentiras mal-intencionadas”.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, desde 27 de maio, 549 pessoas perderam a vida e mais de 4 mil ficaram feridas nas imediações de centros de ajuda. A distribuição de alimentos, que deveria ser organizada, tem se mostrado caótica, com multidões desesperadas e disparos frequentes para dispersá-las. Um soldado descreveu a situação como um “campo de extermínio”, onde os civis são tratados como uma ameaça.

Relatos de oficiais e soldados indicam que a comunicação do Exército com a população civil ocorre por meio de disparos, e a perda de vidas não é vista como um “incidente lamentável”. Um oficial da segurança da GHF criticou essa abordagem, afirmando que é inaceitável que as pessoas precisem buscar ajuda sob fogo. O general de brigada Yehuda Vach, que comanda a Divisão 252, é apontado como responsável pelas ordens de disparo contra civis. A Corregedoria-Geral Militar foi encarregada de investigar os casos de possíveis crimes, mas há descontentamento entre altos oficiais quanto à falta de uma investigação adequada.

Um porta-voz das Forças Armadas alegou que o Hamas obstrui a distribuição de alimentos e que as diretrizes proíbem ataques intencionais a civis. A Fundação Humanitária para Gaza (GHF) começou a distribuir ajuda após Israel interromper o envio de mantimentos, levantando preocupações sobre a possibilidade de fome em massa na região. Organizações humanitárias tradicionais criticaram a abordagem da GHF, considerando-a uma mudança drástica nas operações de assistência.

Fonte: https://jovempan.com.br/noticias/mundo/soldados-relatam-ordens-para-atirar-em-civis-em-gaza-israel-nega-mentiras-mal-intencionada.html

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