Inflamação nas pálpebras dá sinais claros e exige cuidados diários, alertam especialistas

Foto: Divulgação

A blefarite é uma condição ocular comum, mas muitas vezes negligenciada, caracterizada pela inflamação das bordas das pálpebras. Embora não tenha cura definitiva, sua prevenção e controle dependem fundamentalmente da higienização correta dos cílios.

Os sintomas da blefarite podem ser persistentes ou ocorrer em episódios periódicos, causando grande desconforto:

  • Ardor e coceira.
  • Sensação de corpo estranho nos olhos.
  • Vermelhidão e secreção.
  • Sensibilidade à luz (fotofobia).
  • Formação de crostas visíveis na base dos cílios devido ao acúmulo de oleosidade e detritos.

De acordo com o Dr. Luiz Brito, oftalmologista do H.Olhos, Hospital de Olhos da Rede Vision One, o objetivo do tratamento não é apenas aliviar a crise, mas evitar complicações mais sérias.

“A blefarite não tem uma cura definitiva e demanda cuidados diários, além de acompanhamento médico constante. O objetivo é promover bem-estar ao paciente e evitar que a condição se agrave e evolua para um quadro crônico de olho seco ou conjuntivite, uma inflamação da córnea (ceratite) ou outro tipo de complicação ocular,” esclarece o Dr. Luiz Brito.

Fatores por trás da doença crônica

A blefarite é uma doença multifatorial, resultado da combinação de diversos fatores que desequilibram a saúde da pálpebra:

  • Disfunção da Microbiota Palpebral: Desequilíbrio das bactérias protetoras que habitam a pálpebra.
  • Disfunção das Glândulas de Meibômio: Falha nas glândulas responsáveis por secretar o componente oleoso que estabiliza o filme lacrimal e previne a evaporação da parte aquosa da lágrima.
  • Fatores de Risco Adicionais: Excesso de oleosidade nos cílios, proliferação de patógenos (bactérias ou fungos), infestação do ácaro Demodex, e doenças associadas, como dermatite seborreica ou rosácea. Fatores ambientais, como o clima e a poluição, também influenciam.

O passo a passo da higiene palpebral

A principal estratégia para o controle da blefarite é a assepsia constante. O médico indica um procedimento diário simples e eficaz:

  1. Compressas Mornas: Aplique compressas mornas sobre os olhos fechados por 5 a 10 minutos. O calor ajuda a amolecer as crostas e as secreções oleosas.
  2. Produto Específico: Utilize um produto oftalmológico de higiene palpebral, seguindo a orientação do seu especialista.
  3. Técnica de Limpeza: Com os dedos limpos, cotonetes ou lenços específicos, realize movimentos horizontais (do nariz para a orelha), deslizando suavemente o produto pela borda palpebral e cílios.
  4. Repetição: O ideal é realizar pelo menos 5 repetições da higienização em cada pálpebra.

Tratamento e cuidados importantes

A estratégia de tratamento visa manter o controle da gordura e dos patógenos para prevenir novas crises inflamatórias. Dependendo da causa e da gravidade da blefarite, o médico pode indicar:

  • Pomadas ou colírios antibióticos.
  • Antibióticos orais (em casos mais graves).
  • Procedimentos como luz pulsada, aquecimento e drenagem das glândulas.

Durante as crises, é fundamental evitar o uso de maquiagem na região ocular e ter cautela com cosméticos, pois podem agravar a obstrução glandular e a irritação. Embora a blefarite não seja contagiosa, por higiene e prevenção de outras infecções, não se deve compartilhar toalhas ou outros utensílios de uso pessoal.

O Dr. Luiz Brito reforça:

“O acompanhamento regular com um oftalmologista é indispensável para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento eficaz.”

Ascom | Sig Eikmeier

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