
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou a Petrobras a iniciar a perfuração de um poço de petróleo para prospecção na Margem Equatorial brasileira, uma das áreas marítimas mais promissoras do país. A decisão, anunciada nesta segunda-feira, 20 de outubro, marca o início do desenvolvimento de uma região considerada o “novo Pré-Sal da Amazônia” pelo Governo Federal e pela Petrobras.
A Margem Equatorial se estende da foz do Rio Oiapoque, no Amapá, até o litoral norte do Rio Grande do Norte. O poço autorizado para perfuração está localizado a 175 quilômetros da costa do Amapá e a 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas.
Potencial de Reservas: A região possui reservas estimadas em até 16 bilhões de barris de petróleo, com possibilidade de produção de 1,1 milhão de barris por dia.
Impacto socioeconômico no Amapá e no Brasil
A exploração na Margem Equatorial é vista como um motor de transformação econômica. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que a atividade pode elevar o PIB do Amapá em até 61,2% e gerar cerca de 54 mil empregos diretos e indiretos no estado.
Nacionalmente, o desenvolvimento da região tem potencial para gerar 495 mil novos empregos formais, acrescentar R$ 175 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) e produzir R$ 11,23 bilhões em arrecadações indiretas. Municípios do Amapá, como Oiapoque, Calçoene, Amapá, Macapá, Itaubal e Santana, estão entre os principais beneficiados.
Parcerias estruturais e desenvolvimento sustentável
Para assegurar um desenvolvimento estruturado, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e a Petrobras firmaram uma parceria de R$ 634,1 milhões. O investimento visa:
- Formar mão de obra e fortalecer cadeias produtivas.
- Criar o Instituto Margem Equatorial.
- Estruturar rotas de desenvolvimento, como a Rota da Bioeconomia, a Rota do Açaí e a Rota da Biodiversidade.
O objetivo é impulsionar o Amapá a liderar uma nova fase de desenvolvimento amazônico. O ministro Waldez Góes celebrou a licença, afirmando que ela permitirá mensurar a quantidade de petróleo e gás para que se transforme em “emprego e renda para o povo do Amapá, investimentos em saúde, educação, segurança e na infraestrutura”.
Responsabilidade ambiental e casos de sucesso
A nova fronteira surge em um estado com forte histórico ambiental: o Amapá registrou saldo de carbono negativo em 2023 e possui mais de 70% de seu território protegido, o que reforça o potencial de consolidar um modelo que une petróleo, bioeconomia e neutralidade climática.
A exploração se apoia em exemplos internacionais como o da Guiana, país vizinho onde o PIB quadruplicou após o início da produção de reservas similares, e no sucesso nacional de municípios como Maricá (RJ), que já arrecadou mais de R$ 4 bilhões em royalties.
Assessoria de Comunicação Social do MIDR