Grupo folclóricos vivem preparativos e expectativas às vésperas da apresentação no 66° Festival Folclórico do Amazonas

Os preparativos começam meses antes da apresentação final

Foto: David Martins | Secretaria de Cultura e Economia Criativa

Os grupos folclóricos se preparam muito antes de exibir seus grandes espetáculos na arena do Centro Cultural Povos da Amazônia, na zona sul de Manaus. Eles costumam começar a se preparar um ano antes para garantir que suas apresentações encantem o público e os jurados. As equipes que estão se apresentando no 66o Festival Folclórico do Amazonas – organizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Amazonas – dizem que este ano também é assim.

Veromarcio Melo é diretor artístico da Dança Internacional Caxemira há duas décadas, e compartilhou um pouco sobre a dedicação de seu grupo, que este ano celebra 20 anos. “Nosso processo começa nove meses antes, como se fosse uma gestação. Lançamos vários temas para a coordenação e escolhemos um através de uma eleição”, conta o diretor artístico.

“A equipe de pesquisa revisita todos os detalhes para garantir a autenticidade da história. Após a pesquisa, o coreógrafo desenvolve a coreografia baseada na narrativa, integrando elementos do estilo Katak, que conta histórias através da dança”, explica Veromarcio.

Já para as preparações da da Dança Internacional Artística Caracalla, Rhandy Rouacchy, coreógrafo e pesquisador, revela o tema da apresentação deste ano, que aborda a seca e a falta de água. “A gente pega encargos da história do que estão acontecendo no nosso tempo atual, com os tempos antigos, junto com os tempos do país que a gente vai representar”, relata Rhandy.

“Este ano, a gente está trazendo um trabalho indiano, e aí a relevância desse trabalho é acerca da seca que teve, a falta da água, e é tudo isso que a gente queria contar no nosso espetáculo”, afirma o coreógrafo, acrescentando que foi feita uma pesquisa, em busca de referências que trouxessem esses valores, essas questões de seca, de água.

“Encontramos  Varuna, que é o deus mar, o deus dos oceanos, que tem uma história que é a que a gente vai abordar agora, que conta a história que um dos marinas, que são os serviços dele, matam a mulher dele e roubam toda a água do universo, então já traz muito para a nossa história, para a nossa realidade”, ressaltou Rhandy.

Bruno Santos, diretor geral da Ciranda Sensação, enfatiza a importância de conhecer profundamente o tema que vai ser abordado pela ciranda antes de montar a apresentação. “Após o festival, começamos a planejar o próximo trabalho. Escolhemos o tema, muitas vezes visitando locais relevantes, como fez nossa coreógrafa Carla ao visitar uma aldeia indígena para entender os seus costumes. Os ensaios são intensos, principalmente nos fins de semana, para acomodar a agenda dos nossos brincantes que estudam ou trabalham”, conta.

Arleson Mota Sousa, coordenador da Ciranda Maravilha, destaca a herança cultural de seu grupo, nascido dentro da Escola de Samba Grande Família. “A Ciranda Maravilha nasceu dentro da Escola de Samba Grande Família, um dos fundadores da Ciranda é o nosso querido  falecido Luizinho Andrade, então, o nosso preparativo começa em fevereiro, se o Carnaval for em fevereiro”, diz.

“Se o Carnaval for em março, começa em março e vai até abril, maio e junho, até o festival. Normalmente, os ensaios começam mesmo em março, mas reunião, definição de tema, já em novembro, dezembro, a gente já está definindo o tema. A Ciranda Maravilha não é só uma ciranda, é o folclore amazonense, o folclore de Manaus para manter acesa a chama do folclore”, defende Arleson.

Cada grupo traz consigo uma história rica em pesquisa, ensaios exaustivos e uma paixão inabalável pela cultura que se inicia meses antes da apresentação final. O público pode esperar apresentações deslumbrantes que celebram e se importam não apenas com a arte da dança, mas também com a rica herança cultural do folclore amazonense.

Assessoria de Comunicação: Amanda Brasil | Omar Gusmão | Alessandra Mourão

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