
Um movimento de ascensão de líderes de direita e conservadores tem se consolidado em diversos países da América do Sul, chamando a atenção para uma possível mudança no espectro político do continente. Esse cenário continental, aliado a recentes crises políticas internas, intensifica o debate sobre a governabilidade e as eleições presidenciais no Brasil em 2026.
A onda conservadora no continente
A retomada do espectro conservador tem se manifestado em países historicamente ligados à esquerda.
- Bolívia: A recente eleição de Rodrigo Paz representa a volta do movimento conservador após quase duas décadas.
- Chile: O candidato José Antonio Kast demonstrou forte liderança nas intenções de voto para o segundo turno (referente ao período da matéria).
- Outras lideranças: Esses nomes se somam a outros líderes de direita eleitos recentemente na região, como Javier Milei na Argentina, Santiago Peña no Paraguai e Daniel Noboa no Equador.
Esses líderes, em geral, levantam a bandeira do conservadorismo, com uma linguagem antissistema e defesa de redução do Estado, economia forte e segurança como prioridades, confrontando a onda esquerdista que dominou o território sul-americano por anos.
O cenário político no Brasil: Sinais de instabilidade
No Brasil, a eleição de Jair Bolsonaro em 2018 foi um indicativo do alinhamento do eleitorado com o movimento mundial da direita. Embora a imagem do ex-presidente esteja hoje enfraquecida pela derrota nas eleições de 2022 e pela condenação à inelegibilidade, a extrema direita continua como um fator relevante para o cenário eleitoral de 2026.
A polarização ideológica permanece viva, exemplificada pelos embates entre o presidente Lula e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No entanto, a matéria aponta que o governo atual tem enfrentado uma sequência de obstáculos significativos que afetam sua governabilidade:
Crises e derrotas recentes do governo
- Crise entre Executivo e Senado: O Palácio do Planalto enfrentou uma crise com o Senado Federal após o cancelamento da sabatina de Jorge Messias, cotado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o que sinaliza atrito na relação entre os poderes.
- Derrota na Câmara: Parlamentares da Câmara dos Deputados derrubaram todos os vetos do presidente ao projeto sobre licenciamento ambiental (PL 2159/21), indicando falta de apoio em pautas cruciais.
- Ação do Agro: A bancada do agronegócio apresentou uma queixa-crime à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Lula e o Ministro Lewandowski, em razão do anúncio de demarcação de Terras Indígenas durante a COP-30.
- Conflitos internos: O Partido dos Trabalhadores (PT) enfrenta conflitos internos, evidenciados pela Operação Contenção (ocorrida em 28 de outubro no Rio de Janeiro) e seus desdobramentos.
O fenômeno “Dilma III” e o alerta para 2026
Essa sequência de fatos, concentrada em um curto período, levanta nos bastidores políticos de Brasília o temor de um fenômeno apelidado de “Dilma III”.
Esse termo sugere um cenário de rápida deterioração política semelhante aos enfrentados pela ex-presidente Dilma Rousseff, caracterizado por:
- Perda de governabilidade.
- Enfraquecimento da agenda política.
- Isolamento político e racha interno crescente.
A conjugação dessa instabilidade interna com a nova pressão continental exercida pelo avanço da direita cria uma situação delicada para o governo. A reversão do quadro exigirá ações rápidas e estratégicas, visto que as eleições de 2026 se aproximam rapidamente.











