Governo aciona alerta máximo diante do tsunami conservador na América do Sul

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: abio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil - 23/04/2023

Um movimento de ascensão de líderes de direita e conservadores tem se consolidado em diversos países da América do Sul, chamando a atenção para uma possível mudança no espectro político do continente. Esse cenário continental, aliado a recentes crises políticas internas, intensifica o debate sobre a governabilidade e as eleições presidenciais no Brasil em 2026.

A onda conservadora no continente

A retomada do espectro conservador tem se manifestado em países historicamente ligados à esquerda.

  • Bolívia: A recente eleição de Rodrigo Paz representa a volta do movimento conservador após quase duas décadas.
  • Chile: O candidato José Antonio Kast demonstrou forte liderança nas intenções de voto para o segundo turno (referente ao período da matéria).
  • Outras lideranças: Esses nomes se somam a outros líderes de direita eleitos recentemente na região, como Javier Milei na Argentina, Santiago Peña no Paraguai e Daniel Noboa no Equador.

Esses líderes, em geral, levantam a bandeira do conservadorismo, com uma linguagem antissistema e defesa de redução do Estado, economia forte e segurança como prioridades, confrontando a onda esquerdista que dominou o território sul-americano por anos.

O cenário político no Brasil: Sinais de instabilidade

No Brasil, a eleição de Jair Bolsonaro em 2018 foi um indicativo do alinhamento do eleitorado com o movimento mundial da direita. Embora a imagem do ex-presidente esteja hoje enfraquecida pela derrota nas eleições de 2022 e pela condenação à inelegibilidade, a extrema direita continua como um fator relevante para o cenário eleitoral de 2026.

A polarização ideológica permanece viva, exemplificada pelos embates entre o presidente Lula e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No entanto, a matéria aponta que o governo atual tem enfrentado uma sequência de obstáculos significativos que afetam sua governabilidade:

Crises e derrotas recentes do governo

  1. Crise entre Executivo e Senado: O Palácio do Planalto enfrentou uma crise com o Senado Federal após o cancelamento da sabatina de Jorge Messias, cotado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o que sinaliza atrito na relação entre os poderes.
  2. Derrota na Câmara: Parlamentares da Câmara dos Deputados derrubaram todos os vetos do presidente ao projeto sobre licenciamento ambiental (PL 2159/21), indicando falta de apoio em pautas cruciais.
  3. Ação do Agro: A bancada do agronegócio apresentou uma queixa-crime à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Lula e o Ministro Lewandowski, em razão do anúncio de demarcação de Terras Indígenas durante a COP-30.
  4. Conflitos internos: O Partido dos Trabalhadores (PT) enfrenta conflitos internos, evidenciados pela Operação Contenção (ocorrida em 28 de outubro no Rio de Janeiro) e seus desdobramentos.

O fenômeno “Dilma III” e o alerta para 2026

Essa sequência de fatos, concentrada em um curto período, levanta nos bastidores políticos de Brasília o temor de um fenômeno apelidado de “Dilma III”.

Esse termo sugere um cenário de rápida deterioração política semelhante aos enfrentados pela ex-presidente Dilma Rousseff, caracterizado por:

  • Perda de governabilidade.
  • Enfraquecimento da agenda política.
  • Isolamento político e racha interno crescente.

A conjugação dessa instabilidade interna com a nova pressão continental exercida pelo avanço da direita cria uma situação delicada para o governo. A reversão do quadro exigirá ações rápidas e estratégicas, visto que as eleições de 2026 se aproximam rapidamente.

Fonte: https://ultimosegundo.ig.com.br/colunas/wilson-pedroso/2025-12-05/a-direita-na-america-do-sul-e-os-desafios-do-brasil-para-2026.html

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